Foi por volta das 15h00 da passada quarta-feira que Franck Cammas anunciou à equipa de terra da Groupama sailing team que o veleiro francês tinha ficado sem mastro, a 60 milhas da costa do Uruguai, enquanto liderava a quinta etapa da Volvo Ocean Race. O skipper decidiu não pedir assistência e suspender temporariamente a competição.
O veleiro francês está, desde as 3 horas e 55 minutos desta quinta-feira, em Punta del Este, no Uruguai, onde a equipa de terra vai juntar-se à tripulação do Groupama 4.
O objetivo de Franck Cammas e do resto da equipa é conseguirem acabar esta quinta etapa, em Itajai, com o máximo de rapidez e segurança possível.
Yann Riou, membro da equipa Media, conta o sucedido:
«Eu estava a almoçar e ouvi um grande estrondo. Não houve qualquer dúvida. No convés, o Franck, o Thomas, o Brad e o Martin assistiram a tudo, sem poder fazer nada, à medida que o mastro caía. Como é que se compreende a queda do mastro, depois de passarmos por condições muito mais adversas com o veleiro intacto? Em poucos segundos estávamos todos no convés. Ainda precisámos de um minuto para absorver o que tinha acabado de acontecer, até que alguém disse: Ainda temos cinco horas até a noite cair! Não houve tempo a perder.»
Com ventos de cerca de vinte nós e condições fáceis, a tripulação do Groupama 4 estava confiante depois de recuperar a liderança da quinta etapa da Volvo Ocean Race. O Brasil estava ao alcance, depois de três semanas de muito esforço. Em menos de 24 horas tudo mudou.
O passo seguinte para a Groupama sailing team foi proteger o veleiro do material danificado. As manobras não foram as mais fáceis e provaram ser perigosas. Franck Cammas pôs em prática a estratégia para o próximo passo: às 17:02 horas o Groupama 4 deu-se como temporariamente fora da quinta etapa da Volvo Ocean Race.
A regra diz que um veleiro pode suspender a competição temporariamente e voltar para a mesma posição que ocupava, no espaço mínimo de 12 horas.
Neste momento o Groupama 4 está em Punta del Este a aguardar a equipa de terra que vai juntar-se aos velejadores e tentar resolver o problema com o objetivo de acabar esta etapa, se possível na terceira posição.
«É um desafio ambicioso», comenta Yann Riou.
A moral da tripulação está muito em baixo, desapontamento é o sentimento a bordo do Groupama 4. No entanto, a motivação para acabar a etapa é evidente.
«Queremos voltar rapidamente para a competição e acabar ainda em terceiro lugar. E nem sequer vou falar nos dias de descanso que nos esperam depois desta etapa de três semanas intensas do início ao fim», explica Yann Riou.
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