Em Vilamoura, no distrito de Faro, a dupla lusa não competiu na segunda-feira, depois de as regatas terem sido canceladas por falta de vento, e concluiu a competição no 24.º lugar da frota de ouro, falhando, porém, a única vaga europeia de qualificação que estava disponível.
“Este resultado mostra que temos potencial para lutar e que temos potencial para mais. Mostra que estamos a fazer um bom trabalho e que finalmente conseguimos mostrar os resultados do nosso trabalho neste último ano e meio”, disse à Lusa Pedro Costa, de 27 anos.
O velejador explicou que, face à inexperiência da dupla, “não seria nada de esperar ficar no grupo de ouro” e que o objetivo de “fazer as regatas na fase de grupos dentro dos 20 primeiros” foi atingido, com vários top 10 ao longo da última semana em Vilamoura.
Se o objetivo de Paris2024 não for atingido – ainda há mais uma oportunidade, em março do próximo ano –, a dupla lusa concentrará atenções no ciclo olímpico posterior (Los Angeles2028), estando já a preparar “um plano ambicioso”.
“Se tivermos a possibilidade de conseguir realizar o objetivo mais cedo, vamos aproveitar. Senão, a nossa aposta é logo no ano seguinte a Paris2024, porque esse é um ano em que as equipas que vão os Jogos Olímpicos fazem um período de descanso e recuperação. E é nesse período que as equipas que não se apuraram se conseguem destacar mais e juntar-se aos melhores da frota”, antecipou o atleta.
Pedro Costa foi 15.º classificado em Tóquio2020 com o irmão Diogo na classe 470, que entretanto passou a ser mista, o que o levou a juntar-se no ano passado a João Bolina, de 23 anos, em 49er, num trajeto com início “complicado”.
“Tivemos muitos treinadores diferentes, foi complicado estabilizar a equipa. Também foi complicado começarmos a treinar a sério, porque o João vinha de um registo não tão profissional [na classe 420] e precisava de tempo para se adaptar. Agora que entrámos num ritmo mais intensivo e profissional, isso já está a fazer, e vai fazer no futuro, muita diferença”, explicou o velejador luso.
Os Mundiais de Haia, em agosto, que encerraram no 72.º lugar, também foram um momento decisivo para a dupla, que, sentindo “pouca confiança” no que estava a fazer, trocou de treinador – são agora orientados por Pedro Pinto – e apostou “no tudo ou nada”.
A dupla saiu entretanto do Projeto Olímpico depois de uma reavaliação negativa, após os Mundiais, ter levado ao corte do apoio, que ainda advinha dos resultados de Pedro Costa na classe 470.
Para recuperar esse apoio financeiro era preciso ficar entre as 11 primeiras duplas europeias no Europeu de Vilamoura - disputado em formato open, ou seja, aberto a velejadores de outros continentes -, meta falhada por um ponto.
“Demonstrámos claramente que estamos a fazer um bom trabalho de preparação e sei que o diretor-técnico nacional e todos [na federação] acreditam que podemos fazer melhor. Não sei se isso pode pesar alguma coisa, o COP tem as suas regras e não sei se pode abrir exceções. Continuamos com o apoio [financeiro] da federação para os próximos tempos”, notou o atleta.
Pedro Costa e João Bolina vão agora preparar a última oportunidade de apuramento olímpico para os 49er, que será em março de 2024, na Semana Olímpica de Hyères, em França, com três vagas disponíveis.
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