Os velejadores portugueses José Costa e Jorge Lima esperam regressar aos treinos na água até ao final da semana após praticamente dois meses ‘parados’, mas apenas o admitem fazer se estiverem garantidas todas as condições de segurança.
“Só iremos retomar os treinos na água se tivermos perfeita noção que vamos em segurança”, adiantou à agência Lusa José Costa.
A dupla de velejadores de 49er, que garantiu uma vaga para Portugal nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, reagendados para o período entre 23 de julho e 08 de agosto de 2021, quer retomar os trabalhos na água, o que não acontece desde dia 12 de março, ainda durante esta semana, no Clube Naval de Cascais, no distrito de Lisboa.
No entanto, o regresso só acontecerá se estiverem garantidas “todas as condições de segurança” no clube.
“Estivemos a respeitar as regras da quarentena, sem contacto com mais ninguém a não ser com as respetivas companheiras e filhos, no meu caso, e o compromisso é treinarmos apenas um com o outro e queremos que essa ligação seja de confiança”, sublinhou José Costa.
O Governo definiu na quinta-feira, no plano de desconfinamento da pandemia de COVID-19, que a I Liga de futebol e a final da Taça de Portugal vão poder ser disputados, permitindo também desportos individuais ao ar livre.
Em comunicado publicado em 29 de abril, a Federação Portuguesa de Vela divulgou um conjunto de medidas para o regresso das atividades, em que, numa primeira fase, entre 03 e 17 de maio, a prioridade deve ser dada aos “praticantes em regime de alto rendimento” ou que integrem trabalhos das seleções nacionais.
Para José Costa, após o desconfinamento deverá haver “bom senso” para que existam regras nos clubes e não aconteça a aglomeração de um grande número de pessoas.
“Vamos analisar como está a situação no clube, que já pode abrir a todos os associados, e procurar sensibilizar para a nossa situação”, garantiu.
O velejador olímpico defende que possam haver dias para os atletas profissionais e de alto rendimento e dias para as atividades lúdicas, em separado.
José Costa lembra que a vela tem “uma logística diferente” de outros desportos praticados na água.
“Não podemos entrar na água em qualquer lado e o montar e desmontar o material envolve uma logística grande”, vincou.
Sem nenhuma outra prova nacional ou internacional no horizonte, a única prova agendada para a dupla portuguesa são os Jogos Olímpicos Tóquio2020.
O velejador algarvio explica ainda que o treino físico realizado em casa durante o confinamento originou a perda de massa muscular, que tem de ser recuperada.
“Não temos pesos suficientes em casa como teríamos num ginásio e acabámos por perder peso, com a perda de massa muscular. Temos de fazer esse equilíbrio normalmente”, realçou.
A dupla espera ainda a reabertura de fronteiras para poder treinar com outros competidores.
“O teste de material para os Jogos Olímpicos e o treino com mais intensidade tem de ser com outras equipas. Se a Espanha não abrir fronteiras, ficamos isolados, quer de equipas espanholas quer mesmo de outros países”, contou.
Com a pandemia de COVID-19 controlada em Portugal, países em pior situação podem permitir a deslocação para Portugal de atletas para realizarem o seu treino, caso as fronteiras sejam abertas, lembrou.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou quase 250 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.063 pessoas das 25.524 confirmadas como infetadas, e há 1.712 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
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