De acordo com o portal Citius, site do Ministério da Justiça que lista processos judiciais e editais de insolvência, pelo menos dois credores requereram a insolvência da João Lagos Sports – Gestão de Eventos SA, empresa que organiza o Portugal Open.
Em declarações à agência Lusa, o diretor e organizador da prova, João Lagos, mostra-se tranquilo e diz que as ações judiciais não põem em risco o torneio, a começar pelo deste ano, que arranca a 26 de abril, com o torneio de qualificação.
“Não estou preocupado com as insolvências, porque estou dentro de um Plano Especial de Revitalização (PER) e isso salvaguarda essas situações. Requeremos um PER, um mecanismo que o Estado criou para ajudar a salvar empresas, que demonstra e demonstrará que a empresa tem viabilidade e que vale a pena ser salva, ao contrário [do que pensa] quem mete insolvências contra nós. Se a empresa fechar, acabou e ninguém recebe nada”, disse João Lagos.
Em março, um antigo colaborador da empresa – João Froes da Veiga Frade – requereu a insolvência da João Lagos Sports, reclamando 30 mil euros. Na terça-feira foi distribuído para o Tribunal do Comércio de Lisboa um outro pedido, desta vez da empresa que montava as estruturas metálicas do Open há cerca de 20 anos, a Unidade de Estruturas Metálicas SA, que reclama 117.534 euros.
O edital que marca a adesão da João Lagos Sports a um PER – e que nomeia como administrador judicial provisório Artur Bruno Vicente - foi publicado também na terça-feira, listando como credor a empresa Silvestre Festas Tendas, que reclama 30 mil euros.
João Lagos explica que a Silvestre Festas – Aluguer de Tendas Lda é um dos credores que apoia o plano de recuperação PER e reafirma que a continuidade do Open é precisamente um dos objetivos do próprio plano.
“Isto é para salvar as empresas, não para as enterrar. Nós estamos num Plano de Recuperação: para que haja condições para isso, é óbvio que é preciso fazer o Open. Para não fazer o Open, então mais vale tratar da insolvência e fechar a empresa”, disse João Lagos, salientando que a edição deste ano, daqui a 10 dias, “será um grande sucesso”.
João Lagos explicou que o PER visa "salvaguardar os direitos dos credores", criando condições "para que a empresa possa cumprir as suas obrigações [para com todos eles], porventura de uma maneira mais suave e compatível com o seu desenvolvimento e a sua continuidade”.
O empresário escusou-se a quantificar o montante total de dívida da João Lagos Sports aos seus credores, mas admitiu que entre estes está também o Estado, através do Fisco e da Segurança Social.
O PER é um mecanismo ao qual também já aderiram outras entidades do desporto português, como o Boavista, o Vitória de Guimarães e o Vitória de Setúbal.
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