O antigo tenista ucraniano Sergiy Stakhovsky, que se juntou às forças militares para defender seu país contra a invasão russa, disse hoje esperar "não ter de usar armas de fogo", apesar de saber como manuseá-las.

"Sei como usar uma arma. Se for preciso, vou usá-la. Mas espero não ter de usar uma arma de fogo", confessou o antigo jogador, que, durante a carreira, teve como grande feito derrotar o suíço Roger Federer, no ‘major’ de Wimbledon, em 2013, na segunda ronda.

Stakhovsky, de 36 anos, retirou-se da modalidade após a última edição do Open da Austrália, em janeiro, e volta, agora, para Kiev para participar na defesa de seu país, tal como muitos outros cidadãos. Contudo, a sua esposa e filhos ficaram na Hungria.

"Não tenho certeza de como cheguei. Sei que é muito difícil para minha esposa e para os meus filhos não saberem como estou aqui [na Ucrânia]. Eles não entendem a guerra e são pequenos demais para entender o que está a acontecer", revelou o antigo número 31 do ‘ranking’ mundial.

Além do ex-tenista, também o antigo campeão mundial de boxe Vasiliy Lomachenko e o atual campeão mundial dos pesos pesados Oleksandr Usyk viajaram para Kiev para se juntaram às forças militares do país.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.