Portugal está “na corrida” para a qualificação direta para o Mundial de râguebi de 2023, mas “tem de ganhar quatro” dos cinco jogos do Europe Championship 2022 para o conseguir, traçou hoje o selecionador, Patrice Lagisquet.
A seleção portuguesa inicia a segunda volta do apuramento no domingo, com uma visita à Geórgia, campeã em título do Championship, mas o técnico francês lembrou, em declarações à agência Lusa, que os adversários diretos no objetivo são “Roménia e Espanha”.
“Não sabemos o que vai acontecer, mas, se quisermos qualificar-nos, temos de ganhar quatro jogos. Talvez três sejam suficientes, mas é impossível sabê-lo. A Geórgia poderá ser o ‘árbitro’ desta luta”, analisou Lagisquet.
O papel de “árbitro” que o francês atribui aos ‘lelos’ tem a ver com os possíveis pontos que algum dos candidatos ao apuramento direto possam somar frente à formação do leste, quer seja através de uma surpreendente vitória, quer seja através de um ponto de bónus defensivo (derrota por sete ou menos pontos).
A Geórgia, com 23 pontos, lidera o apuramento, estabelecido pelo agregado dos Championship de 2021 e 2022, e parece inalcançável, enquanto Roménia (14 pontos), Portugal (14) e Espanha (12) seguem logo atrás, na luta pela segunda vaga direta, ou pelo terceiro lugar, que dá acesso ao torneio de repescagem mundial.
“A Rússia [nove pontos] já está longe e os Países Baixos [zero] não mostraram capacidade para competir a este nível. Temos de fazer pontos e ensaios, pois pode fazer a diferença em caso de igualdade. É importante terminar em segundo lugar. Se formos terceiros ainda podemos qualificar-nos, pela repescagem, mas é um caminho mais difícil”, apontou o ‘Express de Bayonne’.
Ainda assim, Lagisquet frisou que os jogadores da seleção estão “muito motivados e confiantes nas suas capacidades”, uma vez que “mostraram um grande potencial” nos últimos encontros, e sublinhou: “Agora, toda a gente acredita que podemos disputar este campeonato, apesar de a Geórgia estar na frente.”
“O que gostaria de ver a equipa alcançar na Geórgia? Que mostre ser capaz de manter o nível que exibiu frente ao Japão [em novembro], mas sem cometer tantas faltas e erros, porque oferecemos três ensaios muito fáceis nesse jogo”, pediu o selecionador.
No entanto, Lagisquet não hesitou em apontar “o jogo na Roménia”, na segunda jornada, como “a chave” da qualificação, após Portugal ter perdido em casa, na primeira volta, por apenas um ponto (28-27), depois de estar a vencer por 13 (27-14), ao consentir um ensaio na bola de jogo.
“Temos de deixar de pensar nessa derrota. É importante sabermos que podemos ganhar esse jogo” na Roménia, frisou.
Para o fazer, o técnico não poderá contar com o talonador Mike Tadjer, que vai falhar toda a segunda volta por lesão, mas lembrou que “Lionel Campergue mostrou em 2019 que tem capacidade para jogar a este nível” e que “Duarte Diniz tem muito potencial e já mostrou boas capacidades frente ao Canadá e nos Lusitanos XV”.
Ainda assim, Lagisquet revelou que Lucas da Silva, talonador do Stade Français, do Top 14, pode ser o próximo lusodescendente a ‘converter-se’ aos ‘lobos’.
“Mostrou disponibilidade, mas teve uma lesão e não pode jogar até ao final do mês. Veremos se já podemos contar com ele para o jogo com a Espanha, em março”, adiantou.
A seleção portuguesa procura qualificar-se para o Campeonato do Mundo de râguebi França2023, que decorre 16 anos após a primeira e única presença de Portugal na competição, em 2007, também naquele país.
Na segunda volta do apuramento, a equipa portuguesa, orientada pelo francês Patrice Lagisquet, visita a Geórgia no domingo, a Roménia em 12 de fevereiro e recebe os Países Baixos em 26 de fevereiro, antes de visitar a Espanha em 13 de março e fechar a campanha em casa, frente à Rússia, em 19 de março.
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