O presidente da Federação Portuguesa de Râguebi, Carlos Amado da Silva, disse hoje que a seleção nacional vai ao Mundial França2023 com o objetivo de "ganhar pelo menos um jogo" e "não apenas cantar o hino".
“Esta seleção tem um objetivo: não ir apenas cantar o hino a França. Vai fazer mais do que cantar o hino, vai querer ganhar pelo menos um jogo”, apontou Carlos Amado da Silva, à chegada a Lisboa, um dia após Portugal garantir o apuramento no torneio final de repescagem.
O dirigente frisou, no entanto, que a afirmação “não tem nada de demérito em relação ao que aconteceu no passado”, com a seleção que disputou o Mundial França2007, que, frisou, “tem um valor extraordinário”, colocando antes o foco na exigência.
“A questão é que temos melhores condições de trabalho também. Estamos convencidos que, se tivermos apoios, que merecemos, vamos dar uma alegria muito grande aos portugueses de cá e aos portugueses de França”, assumiu Amado da Silva.
Nesse sentido, admitiu que ter a noção de que “há dificuldades para toda a gente”, mas lembrou que “tem de se premiar quem trabalha e tem resultados” para garantir uma preparação adequada à seleção antes do Campeonato do Mundo.
“Neste país é… Dão depois. Não! Têm de dar antes, para nos prepararmos. Eu quero que possamos ter uma preparação ao nível do que tiveram os outros. Os Estados Unidos estiveram três meses na África do Sul, todos concentrados, com os melhores profissionais do mundo, e nós fazemos o quê? Juntamo-nos 15 dias antes a comer bananas”, desabafou o líder federativo.
De resto, o presidente da FPR admitiu as dificuldades financeiras do organismo até para trazer todo o grupo de trabalho de volta a Portugal, após garantir o apuramento.
O selecionador Patrice Lagisquet e os jogadores lusodescendentes, incluindo Samuel Soares, autor do pontapé de penalidade que valeu o apuramento na bola de jogo, voaram diretamente para Paris e não tiveram a oportunidade de ser recebidos no aeroporto por cerca de uma centena de pessoas que aguardavam a chegada da equipa.
“Não vieram para celebrar connosco porque não tivemos dinheiro para pagar uma viagem para virem. Isto é ridículo. Quiseram mudar os bilhetes e não havia possibilidade de o fazer”, lamentou.
Sobre a prestação da equipa que garantiu o apuramento para o França2023, Amado da Silva lembrou que teve “um progresso fantástico”: “há três anos estávamos na terceira divisão [europeia] e agora estamos no Mundial”.
“Foi no último minuto? Pois foi! Esquecem-se que nós também perdemos com a Roménia cá [em Lisboa] e já estávamos no Mundial [se tivéssemos ganho esse jogo]. O desporto é assim. Ganhámos e ganhámos muito bem, a jogar um râguebi muito bonito”, sentenciou Amado da Silva.
A seleção portuguesa de râguebi garantiu, na sexta-feira, o apuramento para o Mundial de râguebi França2023, após empatar com os Estados Unidos (16-16), graças a uma penalidade convertida por Samuel Marques no último lance do encontro do torneio final de repescagem, no Dubai.
Esta é apenas a segunda vez que Portugal vai disputar o Campeonato do Mundo de râguebi, após a única e histórica participação, em 2007, também em França.
A seleção portuguesa vai integrar o Grupo C do Campeonato do Mundo, com País de Gales, Austrália, Ilhas Fiji e Geórgia.
O Mundial de râguebi de 2023 realiza-se em França, de 08 de setembro a 28 de outubro.
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