Portugal tem de fazer “um jogo quase perfeito” para conseguir “coisas muito boas” frente à Austrália, no Mundial de râguebi França2023, disse hoje o treinador adjunto Luís Pissarra, em Saint-Étienne, instantes após o ‘Captain’s Run’ da seleção portuguesa.
Em conferência de imprensa, em Saint-Étienne, o técnico lembrou que no início do Mundial “este era um jogo que o mundo do râguebi questionava por quantos Portugal iria perder” e reconheceu que “com o [eventual] afastamento da Austrália muitas questão se levantam”, mas insistiu que os ‘lobos’ têm de “manter os pés bem assentes no chão”.
“Para acontecerem coisas muito boas neste jogo, tínhamos de fazer o nosso jogo quase perfeito, com muito poucas falhas. Temos de minimizar ao máximo os nossos erros, porque a Austrália vai castigá-los muitíssimo. Se já o podem fazer só com o jogo deles, se fizermos erros e os ajudarmos, então ainda vai ser pior”, apontou Pissarra, no Stade Geoffroy-Guichard.
O adversário de Portugal pode entrar em campo já afastado dos quartos de final, pela primeira vez em 10 edições do Mundial, mas Pissarra não tem “dúvidas” de que “por todo o ataque que tem sido feito à equipa australiana, eles vão ter de atacar” a equipa portuguesa.
“Vamos ter de ser muito fortes, muito agressivos. Temos de conseguir aguentá-los o máximo possível para depois conseguirmos ter alguma tranquilidade no nosso jogo e podermos fazer aquilo que sabemos fazer bem”, analisou o técnico português.
Por outro lado, Pissarra admitiu que “quando começou a competição”, este era um jogo que a seleção portuguesa iria “levar de forma diferente”, mas em função de “como as coisas correram não só para Portugal, mas também para a Austrália, tudo teve de se adaptar”.
“Felizmente que assim aconteceu. É bom sinal, principalmente para nós. Portanto, vamos encarar este jogo como os outros. Vamos para competir e depois veremos o que acontece”, apontou.
Ao lado do técnico, o ponta Rodrigo Marta lembrou que “a Austrália é uma grande potência”, mas assumiu o objetivo pessoal de “ganhar um jogo”.
“Não sei se vai ser contra a Austrália ou as Fiji, seria um grande sonho. Se tiver de ser contra a Austrália, será, porque trabalhámos muito bem esta semana, analisámos os pontos fracos e vamos atacá-los forte. Mas sabemos que eles vão fazer o mesmo, por isso, vai ser um grande jogo”, previu o futuro jogador do Colomiers.
Por sua vez, o terceira linha David Wallis admitiu que a Austrália “em termos mentais, como equipa, não está no seu melhor” e que, dessa forma, se Portugal “entrar bem” e os australianos “não conseguirem fazer o jogo deles, não vão estar tão bem como poderiam estar” se ainda estivessem a lutar pelo apuramento para os quartos de final.
“Vamos trabalhar os pontos fracos deles, que analisámos durante a semana, ver se continuam lá. Se conseguirmos entrar na cabeça deles e estar por cima no jogo, aí podermos pensar mais longe e, se possível, vencer”, admitiu o avançado.
Portugal defronta a Austrália no domingo, em partida da quarta jornada do Grupo C do Campeonato do Mundo de râguebi França2023 agendada para as 16:45 (hora de Lisboa), no Estádio Geoffroy-Guichard, em Saint-Étienne, com arbitragem do georgiano Nika Amashukeli.
A seleção portuguesa, orientada pelo francês Patrice Lagisquet, 'folgou' na primeira jornada da competição, perdeu com o País de Gales (28-8) na segunda ronda e empatou com a Geórgia (18-18) na terceira.
Após o jogo com a Austrália, os 'lobos' têm ainda uma partida agendada com as Ilhas Fiji, em 08 de outubro, que encerra a fase de grupos do França2023.
O Campeonato do Mundo de râguebi França2023 teve início em 08 de setembro e disputa-se até 28 de outubro.
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