O livro “Lobos”, que detalha a caminhada e os bastidores da seleção portuguesa masculina no Mundial2023 de rugby, chega na terça-feira às bancas, com o autor a contar à Lusa que esta é uma “história de sucesso”.
Editado pela Prime Books, “Lobos” chega terça-feira às livrarias e segue-se a “Hoje é por Portugal”, editado em 2007 e escrito a partir do ‘diário’ de Vasco Uva no Mundial desse ano, acompanhando o jornalista Sérgio Lopes, desta feita, a campanha histórica no campeonato do Mundo em França em que Portugal bateu as Ilhas Fiji no corolário de exibições que entusiasmaram adeptos e figuras da modalidade.
“É dirigido a toda a gente, não é preciso perceber de râguebi. É uma história de sucesso. A grande lição que esta seleção nos dá é que acreditando é possível alcançar os nossos sonhos e objetivos”, explica o jornalista, em entrevista à Lusa.
Foi essa crença, que ia sentindo no ambiente da comitiva e esse “direito de sonhar”, de quererem ser competitivos com todas as seleções que encontraram, que foi captando, quer no acompanhamento diário da seleção, em Perpignan e nos jogos do Mundial2023 em França, quer em entrevistas individuais posteriores.
No livro cabem várias histórias por detrás dos resultados marcantes na prova, do empate com a Geórgia (18-18) à vitória final com as Ilhas Fiji (24-23), mas também as derrotas com Austrália (34-14) e País de Gales (28-8).
“Há sempre muita coisa que se passa em volta que não chega cá, porque o acompanhamento mediático desta participação de Portugal foi bastante diminuto. Em 2007, éramos mais de uma dezena que estávamos todos os dias junto da seleção. Desta feita, tirando os jogos, no quartel-general em Perpignan estava apenas eu e a equipa da Sport TV”, conta Sérgio Lopes.
Assim, e entre o material que não utilizou na cobertura jornalística e o que acumulou depois, aqui se nota o desenrolar da competição como também “alguns episódios que não foram mediatizados, como coisas da preparação, ‘historiazinhas’ que aproximam o leitor” e outros momentos específicos.
“Por exemplo, no jogo com a Geórgia, quando quase ganhámos, o Nuno Sousa Guedes falha aquele pontapé na bola... o Nuno nesse dia não quis falar com ninguém, mas depois, já com mais calma, aceitou falar. Isso está no livro, o que ele passou naquele momento”, exemplifica.
Lopes espera que o livro possa “cativar as pessoas para a modalidade”, que por vezes parece “clandestina”, palavra que não gosta de empregar, mas que espelha a sensação de que “o râguebi em Portugal nem sempre sabe comunicar o seu produto”.
Esta história de sonhos assenta, segundo o jornalista que acompanhou os ‘lobos’ na caminhada, em “crença, muito trabalho e sacrifício”, aqui retratados e aprofundados.
O livro conta ainda com prefácio do antigo selecionador nacional, Patrice Lagisquet, bem como do presidente da Federação Portuguesa de Râguebi, Carlos Amado da Silva.
“[Lagisquet] é uma figura do râguebi mundial, foi bicampeão do Torneio das Seis Nações. Um treinador com currículo enorme. Há uma história gira sobre como ele caiu aqui praticamente de paraquedas. Foi ele que se ofereceu para vir treinar a seleção portuguesa”, conta o autor, deixando mais detalhes para o interior da obra.
Esta viagem ao coração da seleção começa precisamente na chegada de Lagisquet, um “visionário que se oferece para ‘lapidar’ uma talentosa geração de jogadores”, segundo a sinopse.
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