A Inglaterra apresenta-se este ano como favorita ao título do torneio das Seis Nações de râguebi, que arranca no sábado, mas terá de justificar essa ambição em cada jogo, numa prova com desfecho mais incerto do que nunca.
A estabilidade joga a favor da ‘seleção da rosa’, que além de ter chamado para a deslocação a França, no domingo, 22 jogadores que estiveram no Mundial do Japão, no ano passado, foi também a única que manteve os mesmos treinador e capitão de equipa.
Eddie Jones não escondeu a ambição, ao prometer uma Inglaterra “que faça as pessoas sonhar” e transformar o vice-campeão mundial na “melhor equipa alguma vez vista”, mas terá de ser capaz de contornar uma série de contrariedades para concretizar o objetivo.
O selecionador terá, por exemplo, de ‘mudar o chip’ aos sete jogadores dos Sarracens, que ficaram esta semana a saber que foram despromovidos ao segundo escalão inglês, e superar um calendário que inclui receções consecutivas a Irlanda e Gales, nas 3.ª e 4.ª jornadas, e começa com uma deslocação à rejuvenescida França, já no domingo.
Para os franceses, um triunfo sobre a Inglaterra viria deixar tudo em aberto e seria, sem dúvida, um tónico na estreia do técnico Fabien Galthié, que promete aportar uma nova mentalidade vencedora aos ‘bleus’ e, para já, revolucionou a equipa com 19 estreias e apenas um jogador com mais de 30 anos.
Mas mais do que na França, as maiores expectativas recaem sobre o campeão em título, o País de Gales, e também sobre a Irlanda, enquanto o próximo dono da ‘colher de pau’ (prémio imaginário para o último classificado) deverá ser o derrotado do encontro entre Itália e Escócia, na 3.ª jornada.
Os galeses fizeram o ‘Grand Slam’ em 2019 e no Mundial só caíram nas meias finais, com a África do Sul, que viria a celebrar o título. Perderam o ‘mentor’ deste período ‘dourado’, Warren Gatland, mas o novo selecionador, o neozelandês Wayne Pivac, promete revolucionar um estilo de jogo que muitos consideravam enfadonho, apesar de eficaz.
Os irlandeses, por sua vez, encaram o torneio com espírito de ‘vingança’. Eram apontados como favoritos em 2019, mas caíram perante os galeses; chegaram ao Mundial na liderança do ‘ranking’, mas saíram nos quartos de final. O torneio servirá para medir o ‘pulso’ ao novo selecionador, Andy Farrell.
O torneio das Seis Nações disputa-se entre 01 de fevereiro e 14 de março, num sistema de todos contra todos, a uma só volta, entre País de Gales, Inglaterra, Irlanda, França, Escócia e Itália.
Anteriormente designado como torneio das Cinco Nações (1910-1931 e 1940-1999) e Home Nations (1883-1909 e 1932-1939), ganhou a designação de Seis Nações a partir do ano 2000, com a inclusão da Itália.
A Inglaterra domina a competição desde que esta adotou a nova designação, com 6 títulos, seguida de França e Gales (5 títulos cada) e Irlanda (4).
Comentários