O espanhol Carlos Sainz (Peugeot) engrandeceu hoje a sua lenda, ao vencer pela segunda vez o rali Dakar, na categoria de automóveis, enquanto o austríaco Matthias Walkner (KTM) iniciou a sua, com o primeiro triunfo, nas motos.
Oito anos depois de se ter imposto no Dakar2010, Sainz repetiu a proeza à chegada da 40.ª edição da prova rainha de todo o terreno, após 120 quilómetros de consagração em Córdoba, na Argentina, da 14.ª e última etapa.
Com dois títulos mundiais de ralis, conquistados em 1990 e 1992, e outros tantos no Dakar, o piloto espanhol apenas é superado nesta combinação pelos finlandeses Ari Vatanen (um Mundial de ralis e quatro vitórias no Dakar) e Juha Kankkunen (quatro títulos nos ralis e um no Dakar).
Sainz impôs-se em uma das mais duras edições dos últimos anos, a 10.ª realizada na América do Sul, com passagem por Peru, Bolívia e Argentina, e tornou-se, aos 55 anos e 284 dias, o piloto mais velho a vencer a prova na categoria de automóveis.
“A Peugeot já tinha vencido duas vezes, mas o trabalho que colocámos no carro nos últimos quatro anos foi brutal e esta é uma recompensa merecida”, disse o novo campeão do Dakar, enquanto festejava a vitória em cima do seu carro.
O espanhol concluiu o rali com 43.40 minutos de vantagem sobre o catarense Nasser Al-Attyah (Toyota), segundo classificado, e 01:16.41 horas do sul-africano De Villiers, terceiro da geral e vencedor da última tirada, na qual Sainz foi apenas nono.
O francês Stephane Peterhansel (Peugeot), recordista de vitórias da prova, com 13 triunfos (sete nos carros e seis nas motos), foi hoje o segundo mais rápido, mas terminou no quarto lugar da classificação geral, depois de na sexta-feira ter perdido mais de 40 minutos em consequência de um embate numa árvore.
Walkner não terá tido menos motivos para celebrar, depois de se tornar, aos 31 anos, o primeiro austríaco a vencer a prova, aos comandos de uma KTM, marca austríaca que venceu as últimas 17 edições do rali.
O ‘motard’ natural de Salzburgo conseguiu vencer a competição, à quarta tentativa, depois de ter terminado no segundo lugar no ano passado e de ter abandonado nas duas participações anteriores, em 2016, em consequência de uma fratura no fémur.
“É um sonho tornado realidade. Ainda estou a tentar habituar-me à ideia de que venci. Parece fantasia. Esta manhã estava muito nervoso. Mas tudo acabou por correr bem”, exultou Walkner, que terminou a etapa na oitava posição, a 05.38 minutos do vencedor, o argentino Kevin Benavides (Honda).
Benavides foi o segundo colocado da geral, a 16.53 minutos de Walkner, enquanto o australiano Toby Price (KTM), vencedor da prova em 2016, terminou no último lugar do pódio, a 23.01 do austríaco.
O português Fausto Mota (Alfer), que compete com licença espanhola, obteve o seu melhor resultado em três participações, ao terminar no 43.º posto, a 13:42.17 horas do vencedor, depois de ter chegado a Córdoba no 40.º lugar da tirada.
Nos automóveis, o português Filipe Palmeiro, copiloto do chileno Boris Garafulic (Mini), foi 13,º posicionado, enquanto o compatriota Marco Moreiras, que integrava a equipa dos alemães Mathias Behringer e Stefan Henken, foi 14.º na categoria de camiões.
Nos ‘quads’, o chileno Ignacio Casale conquistou o seu segundo Dakar, repetindo o êxito de 2014, enquanto o brasileiro Reinaldo Varela (Can Am) sucedeu ao seu compatriota Leandro Torres nos ‘buggys’ (SSV).
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