O piloto espanhol Marc Márquez (Honda) tornou-se hoje o mais novo bicampeão do Mundo da história do MotoGP, após terminar em segundo lugar no GP do Japão, quando faltam ainda três provas para o fim de uma época que dominou.
O espanhol - que domina as pistas de MotoGP desde 2013 (época em que se tornou o primeiro estreante a conquistar o título em 35 anos) - juntou mais um recorde no decorrer da presente temporada. Numa época em que, mais uma vez, dominou os mais diretos adversários, Márquez ganhou as dez primeiras corridas, igualando a marca do australiano Mick Doohan estabelecida em 1997.
O anterior recorde para o piloto mais novo a conseguir dez vitórias consecutivas pertencia ao britânico Mike Hailwood e remontava a 1964. Hailwood conseguiu-o aos 24 anos e Márquez fê-lo, agora, aos 21.
Além disso, Márquez conduziu a Honda a onze vitórias e onze "pole positions" nesta época.
Marc Márquez estreou-se no Mundial de motociclismo de velocidade no Grande Prémio de Portugal de 2008, no circuito do Estoril, aos comandos de uma KTM de 125cc, a designação de então para a categoria mais baixa. Tinha apenas 15 anos.
O catalão, natural de Cervera, não ganhou o título na sua época de estreia nas 125cc, fazendo apenas um terceiro lugar no GP do Reino Unido. Mas conseguiu mais um recorde de precocidade, tornando-se o mais jovem piloto a chegar ao pódio e a conseguir uma "pole-position" num GP do Mundial.
No ano seguinte (ainda na KTM), a performance foi igual (apenas um terceiro lugar no GP de Espanha), mas a aprendizagem estava feita. Em 2010, aos comandos de uma Derbi, Márquez ganhou 10 das 17 corridas do Mundial 125cc (mais dois terceiros lugares), conquistando assim o seu primeiro título do Mundo.
Conquistado o título na categoria mais baixa, subiu à Moto2 e esteve quase a sagrar-se campeão na estreia, em 2011, com uma Suter. Apesar das sete vitórias, três segundos postos e um terceiro, Márquez foi batido pelo alemão Stefan Bradl (Kalex), mas também pelas quedas sofridas em momentos cruciais ao longo da época.
Em 2012, Marc Márquez já não deu hipótese na segunda categoria: nove vitórias, dois segundos lugares e três terceiros deram-lhe um total de 324 pontos (mais 73 do que na temporada de estreia em Moto2) e, consequentemente, o título Mundial.
Deu-se, então, o salto para o MotoGP, competição em que teve uma impacto quase imediato, ao vencer logo a segunda corrida do calendário 2013, o Grande Prémio das Américas, tornando-se o mais jovem a conseguir um triunfo e um “pole” na categoria rainha.
Ao longo da época 2013, Márquez conseguiu mais cinco vitórias e outros seis segundos lugares, o suficiente para garantir o título máximo logo na época de estreia, à frente dos compatriotas Jorge Lorenzo, então campeão em título, e o mais experiente Dani Pedrosa.
Neste ano, o piloto espanhol não deu hipóteses logo a partir da primeira corrida. Dez vitórias e oito "poles" em dez corridas levaram os observadores a questionar-se se Márquez deixaria intacto algum recorde esta época. Mas em Brno (República Checa), o espanhol não conseguiu manter o primeiro lugar obtido na qualificação, fechando a corrida em quarto, um resultado menos positivo que viria a agravar-se em São Marino (15.º) e em Aragão (um 13.º lugar depois de uma queda).
Os dois últimos resultados baralharam um pouco as contas, mas a questão do bicampeonato era apenas matemática. Márquez conseguiu-o logo no GP do Japão, quando ainda faltam três corridas para o fim.
Aos 21 anos, Márquez já está em 11.º na lista absoluta de pilotos com mais vitórias nos Mundiais de velocidade (todas as categorias). O espanhol tem 43 êxitos, mas com a sua idade poderá perseguir os registos de triunfos de Valentino Rossi (107) e até mesmo do "lendário" Giacomo Agostini (122).
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