O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) rejeitou a providência cautelar apresentada pela Federação Internacional de Boxe (IBA), que visava anular a recomendação do Conselho Executivo do Comité Olímpico Internacional (COI) para lhe retirar o reconhecimento.
O conselho do COI pediu a retirada do reconhecimento da IBA, que já está suspensa desde 2019 devido a vários escândalos, mas manteve a modalidade no programa dos Jogos Olímpicos Paris2024, e a decisão final vai ser tomada numa sessão extraordinária do COI marcada para a próxima quinta-feira (dia 22).
A IBA fica agora a aguardar pela sessão do COI, que costuma ratificar as decisões da comissão, pelo que a federação perderia a capacidade de organizar torneios olímpicos de boxe e o acesso ao financiamento por esta via.
A Federação Internacional de Boxe está desacreditada por repetidos escândalos de arbitragem, corrupção e dívidas – e também por ter um antigo líder ligado ao crime organizado no Uzbequistão -, apesar dos esforços de reforma prometidos pelo novo presidente, o russo Umar Kremlev, eleito em 2020.
Um relatório publicado este mês considera que a IBA não cumpre as condições para que lhe seja levantada a suspensão, mas também que entrou em conflito direto e de "intimidação" com o COI, que tem organizado por si próprio os torneios olímpicos, quer em Tóquio2020, quer o próximo, de Paris2024.
A dependência financeira da Gazprom, gigante russo da energia, tornou-se ainda mais problemática no contexto da guerra na Ucrânia, podendo a modalidade sair do programa olímpico a partir de Los Angeles2028, cujo programa final é ratificado este ano.
Uma nova federação, a World Boxing, agrega já vários países do Ocidente, dos Estados Unidos à Suíça, e promete trazer mais membros para trazer credibilidade ao desporto.
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