O presidente da Federação Portuguesa de Padel, Ricardo Oliveira, fez na segunda-feira “um balanço extremamente positivo” da participação de Portugal no Mundial de padel no Qatar, no qual a equipa masculina conquistou o bronze e a feminina foi quarta.

“É um marco histórico. É a melhor classificação de sempre de Portugal, em termos absolutos, num Campeonato do Mundo. Ficámos em terceiro em masculinos e quarto em femininos. O bronze da equipa masculina é algo inédito. Foi realmente impressionante, porque fomos a seleção com o percurso mais difícil da prova e Portugal afirmou-se realmente como a terceira potência mundial”, começou por afirmar, em declarações à Lusa.

Ricardo Oliveira lembra que os jogadores portugueses “não deram chances” às outras nações na fase de grupos, “nomeadamente aos Países Baixos, à Suécia e ao Brasil, que dispensa apresentações e era a terceira potência mundial até há pouco tempo”, tendo depois superado os Emirados Árabes Unidos, “com quatro jogadores espanhóis naturalizados”, e vencido um ‘set’ à Argentina pela primeira vez.

“Os irmãos Deus fizeram uma exibição fora do normal. E depois ganhámos à Itália [2-0]”, lembra o responsável federativo, sobre o encontro que deu o bronze histórico à equipa masculina de Portugal.

Além de acreditar que a seleção das 'quinas' “quer bater à porta da Espanha e da Argentina”, vice-campeã e campeã mundiais, respetivamente, Oliveira louva todo o trabalho desenvolvido nos últimos anos, “a começar por Catarina Carvalho, diretora das seleções, passando pelos selecionadores Gervásio Del Bono e José Pires da Silva, o fisioterapeuta Luís Ribeiro, os treinadores Marcelo Russowsky e Leninha Medeiros e os oito jogadores, que são heróis e jogaram o melhor padel da vida deles”.

“É um trabalho muito longo, de 12 anos, nada foi feito à toa. Desde a chegada do Del Bono tínhamos muito claro criar um Team FPP, que teve uma primeira fornada e esta é a segunda. É uma fornada fantástica de oito jogadores e duplas muito equilibrados. Ou seja, temos três pares número um”, elogiou Ricardo Oliveira, endereçando ainda um especial agradecimento a todos os que não estiveram no Qatar, mas foram fundamentais para a evolução e conquista do padel nacional.

Feita história pelas palas de Miguel Deus, Nuno Deus, Pedro Araújo, Afonso Fazendeiro, António Luque, Diogo Jesus, Vasco Pascoal e Pedro Perry, as expectativas do presidente da FPP são ambiciosas para a próxima edição do Campeonato do Mundo.

“Somos a terceira potência mundial e agora queremos mais. As minhas expectativas são reconquistar o terceiro lugar, dar mais luta à Espanha e Argentina e, daqui a quatro anos, quem sabe, assistir a uma surpresa. Nas senhoras, há um trabalho grande a fazer, ficámos em quarto, mas queremos melhorar e queremos que as senhoras se afirmem também como terceira potência. Vamos trabalhar para isso”, sublinha o responsável máximo da FPP.

Para tal, Ricardo Oliveira conta já estar a iniciar-se “um novo ciclo” com vista à afirmação e crescimento da modalidade, que em Portugal conta com 300 mil jogadores, 1.200 campos e 420 clubes, no panorama mundial.

“Acho que, se continuarmos este trabalho e introduzirmos aquilo que temos previsto, com o GARD [Gabinete de Apoio ao Rendimento Desportivo], mais jovens jogadores, 10 a 12 provas FIP no circuito FPP já em 2025, e a passagem do Premier Padel por Portugal, vai dar aos nossos jogadores uma competitividade que lhes vai permitir manterem-se ou aumentarem a distância para os países que estão atrás”, considera o dirigente.