Portugal participa nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022 com Ricardo Brancal e Vanina de Oliveira, no esqui alpino, e José Cabeça no esqui de fundo, podendo ainda ser apurado Christian de Oliveira, no snowboard.

“Fechado que está o período de qualificação, subsiste a possibilidade da Equipa Portugal vir a ser reforçada com a presença de Christian Oliveira (snowboard), ainda à espera do acerto no preenchimento das quotas, que ficará definido esta semana”, informou hoje o Comité Olímpico de Portugal, em comunicado.

Ricardo Brancal, covilhanense de 25 anos, disputou com Manuel Ramos, também da Covilhã, e com Baptiste Aranjo, residente em França, a vaga masculina no esqui alpino e vai competir em slalom e slalom gigante.

O estudante, que em 2020 se mudou para Itália, de forma a conseguir fazer uma preparação semelhante à dos atletas da Taça do Mundo, afirmou ter condições para melhorar as suas marcas tanto no slalom, disciplina pela qual tem preferência, como no slalom gigante.

Para Ricardo Brancal, a qualificação é “a recompensa por um grande esforço”, que o fez “ultrapassar diversas vezes os limites físicos e mentais”, e representar Portugal é motivo de felicidade e “uma honra”.

O esquiador afirmou partir para Pequim com ambição e o objetivo de “dar o melhor em pista, reconhecendo o elevado nível competitivo”.

“Igualar ou superar os resultados que o meu amigo e ex-colega de seleção Arthur Hanse conseguiu na última edição dos Jogos Olímpicos seria incrível, mas também teria que esquiar incrivelmente bem”, frisou hoje, em declarações à agência Lusa, o atleta, para quem ficar no ‘top 50’, tendo em conta o nível competitivo de várias seleções, “é já uma grande vitória”.

Vanina de Oliveira Guerillot, de 19 anos, residente em França, com raízes em Atães, Guimarães, é a esperança no slalom, prova em que é mais forte, embora durante a preparação para Pequim2022 se tenha ressentido da lesão nas costas que a afetou nos Mundiais.

Para competir nos 15 km clássicos o melhor português foi José Cabeça, natural de Évora, de 25 anos, triatleta que apenas há dois anos começou a esquiar.

No Campeonato do Mundo de esqui nórdico, em Oberstdorf, na Alemanha, em fevereiro de 2021, o eborense conseguiu uma pontuação que abriu uma vaga para Portugal em Pequim2022, na prova de 10 km estilo livre, e nos últimos meses conseguiu melhores resultados do que Filipe Cabrita.

“A presença nos Jogos Olímpicos é um sonho que tenho desde criança e para o qual trabalhei toda a minha carreira como atleta”, disse hoje à Lusa o atleta, que enfatizou estar “muito orgulhoso” da evolução conseguida.

Segundo José Cabeça, atualmente a residir no Dubai, a preparação incluiu apenas quatro meses de treino em neve e adiantou não ter uma classificação predefinida a alcançar na China.

“O meu objetivo é realizar a melhor prestação de sempre de um português nuns Jogos Olímpicos na modalidade de esqui de fundo”, sintetizou o esquiador.

Em Turim2006 e Vancouver2010, o único representante português nos Jogos Olímpicos de Inverno, Danny Silva, de Almeirim, competiu em esqui de fundo, nos 15 km estilo livre.

Em Sochi2014, competiram Camille Dias e Arthur Hanse, ambos em esqui alpino, e em Pyeongchang2018 Arthur Hanse, em esqui alpino, e Ke Quyen Lam, no esqui de fundo.