O português Pedro Arede disse à Lusa estar “mesmo muito feliz” após vencer a competição de espada do Open de Hong Kong em esgrima, que contou com 149 atletas vindos de 12 países e regiões.
Na final da categoria de espada, disputada no sábado, Arede derrotou por 15-13 o quinto cabeça-de-série do torneio, o atleta da casa Ng Ting Hin, que tinha ficado em 62.º lugar no mundial da modalidade, disputado este mês na Suíça.
“Foi de facto um bom dia, um dia em que as coisas correram bem, fui resolvendo os problemas todos que foram aparecendo. E de facto, vencer em Hong Kong, acho que é extremamente importante”, disse o atleta.
Arede sublinhou que o Open de Hong Kong, disputado anualmente na região semiautónoma chinesa, é “uma das provas de esgrima mais concorridas e mais fortes ao nível da Ásia”, tendo este ano contado com o vice-campeão asiático, Ng Ho Tin, também um atleta da casa.
“Hong Kong neste momento é uma das grandes potências mundiais da esgrima”, disse o português, recordando que o território conseguiu duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris, este verão.
Arede admitiu que esta foi a maior vitória desde que se mudou para a região vizinha de Macau, no final de 2019, meses após se ter sagrado, pela segunda vez, campeão de Portugal.
A mudança aconteceu por “motivos profissionais e pessoais”, mas o português manteve a intenção de continuar a competir, acompanhado à distância pelo treinador e pela seleção de Portugal.
Mas a pandemia de covid-19 causou um interregno e, mesmo depois do recomeço das competições internacionais, o atleta ficou limitado às competições em Macau e na China continental, devido à política ‘zero covid’.
Durante quase três anos, Macau impôs medidas rigorosas para tentar controlar a pandemia, que incluía a restrição das entradas e quarentenas que chegaram a ser de 28 dias.
Aos 36 anos, Arede confessa que já não tem como objetivo regressar à seleção de Portugal, na qual participou pela primeira vez com 15 anos.
“As pessoas que estão agora mais na equipa têm feito resultados e épocas extraordinárias, portanto acho que está muito bem entregue”, disse o atleta.
Arede acrescentou que tem sido “muito positivo e interessante” contribuir também para a esgrima em Macau, nomeadamente através de treinos com a seleção da região.
O atleta tem dado aulas particulares a alguns jogadores de Macau e também já deu aulas de grupo na Escola Portuguesa do território.
“É um projeto que gostava de retomar, nesses modos ou noutros modos, mas ter um grupo para trabalhar, acho que era interessante”, explicou o português.
Arede disse que “ainda há muita coisa por fazer” para que Macau esteja ao nível da região vizinha, mas sublinhou que “estão a ser dados passos muito bons para que possa haver bons jogadores e um bom nível”.
O atleta destacou a existência de “muitos praticantes, uma vez que praticamente todas as escolas de Macau têm a prática de esgrima e um clube afiliado”.
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