Na década de 70, um empresário mexicano, de seu nome Enrique Corcuera, queria construir um court de ténis na sua propriedade em Acapulco, mas foi obrigado a reduzir as dimensões do mesmo por falta de espaço. Para além disso, Corcuera foi também obrigado a erguer paredes à volta do court, por forma a que as bolas não se perdessem no meio da vegetação em volta...assim nasceu o padel.
E porque se chama padel? Este não foi o nome originalmente pensado para este desporto; Manuel Arango, amigo de Enrique Corcuera, ficou responsável por encontrar a denominação mais correta. A primeira ideia era de chamar ao desporto 'Rebotenis' (ténis de 'rebote' = salto), devido às características do court. Enquanto isso, na Argentina a modalidade era chamada de 'Paddle'. Como Corcuera e Arango queriam universalizar o desporto, decidiram adotar o termo usado pelos argentinos, alterando-o ligeiramente para 'Padel'.
O padel chegou a Portugal durante a década de 90 através da comunidade espanhola, tendo o primeiro court sido construído em Lisboa no conhecido 'Racket Centre' pela empresa espanhola 'All Padel'. Seguiram-se mais cinco recintos: três no Clube de Ténis da Quinta da Marinha e dois no Clube de Ténis de Vila Real de Santo António. Apesar disso foi somente a partir de 2008, com o Campeonato da Europa realizado no Clube de Ténis do Estoril onde Portugal foi terceiro classificado, que o padel 'explodiu' no nosso país.
Hoje, e de acordo com a Federação Portuguesa de Padel, são mais de 90 mil os praticantes devidamente filiados em Portugal; juntemos a estes os meros amadores e certamente ultrapassaremos a barreira das centenas de milhares de apaixonados pela modalidade, e de variadas faixas etárias. No que a clubes diz respeito, o número aproxima-se muito dos 400. Estes dados são paradigmáticos do crescimento do padel no nosso país, e que cujos praticantes há muito que deixaram de ser apenas antigos jogadores de ténis.
Falando com alguns apaixonados do padel, verificamos que um dos motivos para o crescimento exponencial deste desporto ultrapassa em muito a prática do mesmo. Com efeito, muitos dos mais ávidos praticantes apontam à vertente social como um dos principais fatores que os levou a experimentar e a desenvolver o seu gosto pelo padel; para além do jogo ter de ser disputado obrigatoriamente em pares, é frequente vermos um clima de desportivismo e convívio antes, durante e até depois de um jogo, quando os jogadores se sentam para tomar uma bebida e partilham experiências.
Quem nunca jogou e esteja curioso em experimentar, necessitará naturalmente do material necessário. Os mais entendidos sugerem que, antes de mais alguma coisa, se escolham as sapatilhas de padel mais adequadas. A prioridade dada às sapatilhas prende-se, não só com o piso, como também com o constante movimento e bruscas mudanças de velocidade e direção a que o desporto obriga, e que obriga a um calçado de qualidade.
Só depois de se ter as sapatilhas é que podemos olhar para as raquetes de padel. Existe uma vastíssima gama de opções, cuja escolha depende, em muito, do principal foco do jogador. As raquetes variam em termos de design e material, dando prioridade à velocidade ou à precisão da pancada, conforme o objetivo do praticante, podendo-se introduzir anti-vibradores em zonas específicas da raquete, por forma a adaptá-la às necessidades do utilizador.
Independentemente da cidade, do clube, a raquete ou sapatilhas, quem decidir experimentar padel dificilmente não o voltará a fazer. Dos 8 aos 80 anos de idade, esta modalidade prima pela seu carácter inclusivo e social; não será assim por acaso que o padel é um dos desportos que mais cresceu em temos de popularidade no século XXI, apresentando nesta altura a maior taxa de retenção de praticantes no planeta.
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