O selecionador português de canoagem de maratonas, Rui Câncio, exultou hoje com a “excelência” dos desempenhos nos Mundiais, em Metkovic, na Croácia, que valeu o segundo lugar entre 40 países.

“Excelentes resultados, um pouco acima do que esperávamos. Não é falta de humildade, mas ainda perdemos duas medalhas. A do Pimenta, na ‘short race’, que tinha sido bronze [foi penalizado] e a do João Sousa que no K1 júnior sofreu um toque mais rude de um sul-africano [que danificou o barco]. Atingimos, plenamente, os objetivos, o melhor presente que podemos dar ao presidente Vítor Félix, que termina o seu mandato. Foi uma honra”, disse, à Lusa.

O técnico tinha perspetivado cinco medalhas, duas das quais de ouro, mas saiu da Croácia com um pecúlio ainda mais rico, com seis pódios, nomeadamente três títulos mundiais, uma medalha de prata e outra de bronze.

“O rácio número de atletas/número de medalhas batemos qualquer seleção. Com nove canoístas, levamos para casa seis medalhas, só dois não levaram, e foram top 5”, ilustrou.

Por exemplo, no top 5 da classificação final, a Hungria, primeira, levou 42 canoístas aos Mundiais, enquanto a Espanha, quinta, competiu com 54.

José Ramalho e Fernando Pimenta foram campeões do mundo em K2, Maria Luísa Gomes em K1 júnior e João Sousa e Francisco Batista em K2, igualmente no escalão mais jovem.

Prata ainda para José Ramalho, em K1, e bronze para Rui Lacerda, em C1 e C2, neste caso com Ricardo Coelho.

Quanto aos atletas fora do pódio, Maria Rei, que só este ano se estreou nas maratonas, foi quarta na ‘short race’ e quinta na prova longa, em K1, enquanto Francisco Santos, que só treinou um mês após quatro semanas de paragem devido a fratura de clavícula, foi quarto, em K1 sub-23.

“É o resultado da qualidade do trabalho que é feito nos clubes em Portugal. Eu sou apenas a ponta do iceberg, dou a cara nos momentos felicidade – ou frustração. Acima de tudo é o espelho do excelente trabalho dos treinadores nos clubes, todos os dias com os atletas”, elogiou.

Rui Câncio ‘pisca’ o olho aos competidores das regatas em linha, disciplina olímpica, lembrando que podem ter um futuro mais bem-sucedido e recompensador desportivamente se passarem para as maratonas.

“Não há volta a dar, a maratona é o parente pobre da canoagem, a segunda opção para a maioria dos atletas. Mas, cada vez mais, eles se apercebem que esta tem o seu mundo, o seu brio, a sua glória, o sue reconhecimento. Muitas vezes, vale mais ser campeão do mundo na maratona do que eterno finalista ou finalista B ou ser mais um na pista. É ser ‘O’ na maratona”, concluiu.

A edição de 2024 dos Mundiais de maratonas contaram com 532 competidores de 40 países, sendo que apenas 13 nações foram ao pódio.

Classificação por países:

Ouro Prata Bronze Total

1 Hungria 8 4 5 17

2 Portugal 3 1 2 6

3 Dinamarca 3 - 1 4

4 Polónia 2 4 1 7´

5 Espanha 2 2 6 8