O presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP), Pedro Farromba, que tomou posse na noite de sábado, espera que no seu último mandato sejam criadas as condições para que Portugal possa "caminhar para uma medalha olímpica".
"Devemos começar a olhar para as medalhas, não falei em conquistar medalhas. Nós estamos numa fase de desenvolvimento dos desportos de inverno em Portugal. Tivemos um atleta de snowboard que ficou no quinto lugar no Campeonato Mundial de Juniores. No esqui temos uma atleta a conquistar pódios. Temos obviamente motivos para olharmos de outra forma [para os Jogos Olímpicos de Inverno]", considera Pedro Farromba.
Um dos objetivos do dirigente, no cargo desde 2009, é ter mais atletas nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim 2022, mas para isso pede ao Governo celeridade na aprovação do projeto olímpico aprovado pelo Comité Olímpico Português e a aguardar a anuência do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ).
Pedro Farromba explica que quanto mais cedo os atletas começarem a competir nas provas em que podem tentar o apuramento, maior a probabilidade de conseguirem qualificar-se para os Jogos Olímpicos na China.
"Nós já perdemos um ano de preparação. Precisamos de uma resposta urgente. Vamos entrar num ano politicamente complicado, mas nós não podemos estar à espera de quem são os políticos e, nesse entretanto, não se tomarem as decisões que competem ao Governo. Acredito que possamos ter boas notícias a esse respeito nos próximos tempos", frisou o presidente, durante a gala da FDIP, realizada nas Penhas da Saúde na noite de sábado.
O programa de preparação olímpica contempla o apoio aos atletas que a federação entende terem potencial para poderem vir a obter os mínimos para os Jogos Olímpicos de Inverno, "afinando" depois a FDIP o critério em função daqueles que mostrarem terem de facto essa possibilidade.
Para já, por se "estar a começar do zero do ponto de vista organizacional", Pedro Farromba considera "muito difícil" o apuramento no 'curling' e no hóquei no gelo, enquanto espera aumentar a representação de atletas e de modalidades, como o snowboard e o luge.
"Havendo as condições, e havendo o empenho que nós já mostrámos, seremos capazes de o fazer. Claro que não depende da vontade de quem dirige a federação, depende dos resultados dos atletas. A nós compete-nos criar as condições para que os atletas possam competir e ter os seus resultados", alerta o dirigente federativo, chefe de missão em Sochi 2014 e também em PyeongChang 2018, onde Kequyan Lam, no esqui de fundo, e Arthur Hanse, no esqui alpino, defenderam as cores nacionais.
Para Pedro Farromba, atingir outro patamar nas competições internacionais de desportos de inverno "é um desejo, mas é também uma convicção", com base no trabalho feito "e nas reais expectativas dos resultados", acentua.
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