A atleta olímpica portuguesa Joana Castelão vai participar nos Jogos Europeus Cracóvia2023 depois de ter estado nas duas anteriores edições, procurando aceder à final nas duas provas de tiro em que compete, na ‘distante’ Wroclaw.

A seleção portuguesa de tiro presente no evento, e que fica instalada em Wroclaw, a 273 quilómetros de Cracóvia, centro nevrálgico do evento, é totalista em Jogos Europeus, com Castelão e João Costa a oferecerem experiência olímpica.

João Costa, de resto, sabe o que é subir ao pódio, tendo conseguido a prata em Baku2015, competindo este ano na pistola de ar comprimido a 10 metros, com Castelão a 25m, além de se juntarem na competição de equipas mistas, em que foram nonos precisamente na primeira edição.

Se Costa é o mais experiente dos 206 atletas portugueses em prova, com cinco Jogos Olímpicos e a idade mais avançada, Castelão tem ‘traquejo’ internacional há duas décadas e admite, em entrevista à Lusa, que “a experiência ajuda”.

“Mas também se vai criando alguma pressão. Mesmo não querendo pensar muito nisso, é natural. Começam a conhecer-nos, e os resultados que conseguimos, e ficam à espera. Cria algum stress adicional, mas faz parte e tem de se lidar com isso”, reconhece.

Além de ser “uma prova especial por serem uns Jogos Europeus, com qualificação própria”, há o atrativo extra de apurar um atleta em cada torneio individual para os Jogos Olímpicos.

“Vai ser uma prova com muito nível e da parte do tiro estarão os melhores da Europa em competição. Para nós, é uma prova sempre importante. O meu objetivo pessoal é ficar perto das finais ou aceder às finais”, revela.

Longe de Cracóvia e da Aldeia do evento, da possibilidade de confraternizar com atletas de outras modalidades e vivenciar “muito da experiência da grandiosidade da prova”, o que lhe faz mais falta é “o espírito da equipa de Portugal, que é muito grande”.

Famacêutica de profissão, persegue nova presença em Jogos Olímpicos, depois da estreia em Londres2012, agora num quadro de qualificação diferente, entre quotas atribuídas em competições e outras vagas dadas pelo ranking mundial.

Cracóvia2023 conta para o ranking para quem não vencer e se apurar diretamente, pelo que “um bom resultado ajuda sempre a subir uns lugares”, sobretudo quando o apuramento “é cada vez mais difícil”.

“Caminhando para um sistema em que o ranking contasse mais, seria mais justo. Mas traz essas outras questões, a parte de as federações terem capacidade de investimento para os atletas fazerem todo o percurso mundial”, comenta.

Na quinta-feira, João Costa estreia Portugal na competição de tiro, na qualificação de pistola de ar comprimido a 10 metros, pelas 10:15 locais (11:15 em Lisboa), e se se apurar disputará a final pelas 13:30 em Cracóvia.

Joana Castelão, por seu lado, só entra em ação no domingo, nos 25 metros, com a qualificação a arrancar pelas 10:15 de Lisboa, em precisão, e depois no dia seguinte, também de manhã, na disciplina de rápido, antes da final, na tarde de dia 26 de junho.

Esta sexta-feira, os dois juntam-se para disputar a prova por equipas, com a qualificação a começar pelas 07:45 locais e a final agendada para as 11:00.

Os Jogos Europeus Cracóvia2023, cuja cerimónia de abertura é hoje, decorrem até 02 de julho em Cracóvia e na região polaca de Malopolska, com 30 modalidades no programa e 48 países participantes, entre eles Portugal, com 206 atletas.