A portuguesa Rita Soares, hoje eliminada nos quartos de final da competição -50 kg de boxe dos Jogos Europeus Cracóvia2023, garantiu que o resultado “não é o fim, é o começo de tudo” a caminho de Paris2024.
“Definimos uma estratégia que não consegui pôr em prática, também por mérito dela [a adversária, Laura Fuertes Fernández]. Estávamos as duas a lutar por isto, ela queria tanto como eu, e foi ela que fez história. Não é o fim de nada, é o começo de tudo”, asseverou aos jornalistas, após o combate.
Soares, de 31 anos, foi batida em Nowy Targ pela espanhola Laura Fuertes Fernández, que será a primeira mulher espanhola a representar o boxe em Jogos Olímpicos, um desígnio que a ‘boxeur’ do Privilégio Boxing Club também procurava.
A portuguesa perdeu os três ‘rounds’ na avaliação dos juízes, acabando o combate com 5-0 desfavorável.
“Foi um combate difícil e não cumpri com as minhas expectativas. Já foi um grande feito chegar aqui, tendo em conta as condições com que treinamos e tendo sido a minha primeira participação a este nível”, afirmou, na zona mista do pavilhão da competição em Nowy Targ, a mais de uma hora de viagem de Cracóvia.
Em caso de apuramento para as ‘meias’, Soares garantia desde logo uma medalha de bronze e um lugar em Paris2024, 44 anos depois da única participação lusa no boxe em Jogos Olímpicos, por João Manuel Miguel em Moscovo1980.
Assim, terá de esperar para ver se entra num de dois torneios mundiais de qualificação olímpica, aprazados para o próximo ano.
“Vou conseguir ter mais dois momentos para conseguir este passaporte tão desejado, e é continuar a treinar e melhorar com isto. [...] É para isso que trabalho todos os dias. Penso ‘o que estou a fazer no boxe?’, e quero muito fazer isto. Chegar a Paris e abrir portas para permitir a outros atletas poderem sonhar com o boxe nos Jogos”, atirou, ambiciosa.
O objetivo passa também por “melhorar a situação que o país atravessa no boxe”, que espera que possa “mudar em breve”. Soares alertou ainda para a forma como “90% dos atletas em Portugal” precisam de um trabalho extra em relação ao boxe, comparado com outras potências, como a Espanha, em que os desportistas podem dedicar-se apenas ao treino e combates.
Depois de falar da questão dos apoios e das condições que a modalidade enfrenta, voltou a enquadrar-se no caminho motivacional, porque considera esta eliminação como uma oportunidade de “dar um passo atrás para dar dois em frente”.
“Vou chegar a Paris2024, seja no primeiro ou segundo torneio. Vou conseguir. Agradeço a todos os que apoiaram em Portugal, não nos sentimos sozinhos cá”, reforçou.
Portugal soma 13 pódios em Cracóvia2023, nomeadamente três ouros, sete pratas e três bronzes.
A terceira edição dos Jogos Europeus decorre até domingo em Cracóvia e na região polaca de Malopolska, com 30 modalidades no programa e 48 países participantes, entre eles Portugal, que tem uma delegação com mais de duas centenas de atletas.
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