O incêndio que destruiu as instalações do Clube Fluvial Odemirense, em Odemira (Beja), na madrugada de sábado, causou um prejuízo próximo dos “200 mil euros”, mas a coletividade vai manter-se em atividade, revelou hoje o respetivo presidente.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Clube Fluvial Odemirense (CFO), Ilídio Soares, reconheceu que o incêndio foi “uma verdadeira tragédia”, destruindo “toda a vida” desta coletividade do distrito de Beja, fundada em 1984.
“Neste momento, estamos quase a zero”, disse o dirigente deste clube de canoagem do litoral alentejano.
Segundo Ilídio Soares, as chamas destruíram o material que se encontrava no hangar, “incluindo cerca de 60 embarcações”, assim como o ginásio e os balneários.
O próprio telhado do edifício “está estalado por todo o lado”, não oferecendo “condições de segurança”, acrescentou.
“Foi uma destruição total. Sem contar com o edifício, o prejuízo deve rondar os 200 mil euros ou se calhar mais”, revelou Ilídio Soares, garantindo que o clube tem um seguro que só cobre danos “até 75 mil euros”.
O presidente do CFO adiantou que todo o material ardido até já era para estar nas novas instalações do clube, o que só não aconteceu porque “os portões não estavam acabados”.
Apesar deste revés, o responsável afiançou que a coletividade, que conta com cerca de 50 atletas, não vai parar.
“Ontem [domingo] juntámo-nos todos e pegámos nos barcos que estavam no exterior, mais velhos, e com a ajuda de uma oficina de bate-chapas aqui de Odemira recuperámos uns quantos, para não pararmos”, disse.
A par disso, o clube lançou também uma campanha de angariação de fundos, que está a ter grande acolhimento entre a população.
“Neste momento, está tudo a querer ajudar. Estamos a sentir a solidariedade dos odemirenses”, realçou Ilídio Soares.
Também o novo presidente da Câmara de Odemira, o socialista Hélder Guerreiro, que tomou hoje posse, anunciou que o município está “totalmente disponível” para apoiar o CFO.
“Temos de encontrar com o clube a forma de adquirir” os equipamentos em falta, “que reponham” a sua “capacidade de treino e de competição”, afirmou o autarca à Lusa.
Para Hélder Guerreiro, o CFO “é um clube fundamental” em Odemira “numa modalidade que é estratégica no concelho”.
O alerta para o incêndio nas instalações do CFO foi dado às 05:37 de sábado e, para o local foram mobilizados 14 operacionais, auxiliados por seis viaturas e elementos da GNR.
Ainda no mesmo dia, a Polícia Judiciária anunciou a detenção, através do seu Departamento de Investigação Criminal de Portimão, de um cidadão alemão, de 35 anos, “por fortes indícios” da prática do crime de incêndio ocorrido em Odemira.
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