A Gymnaestrada2027, que vai reunir em Lisboa 25.000 ginastas no maior evento mundial de ginástica, coloca “desafios organizativos gigantescos”, e terá um “retorno incalculável” para a modalidade, considera o presidente da Federação de Ginástica de Portugal (FGP).
“Em julho de 2027, durante uma semana, vamos ter o mundo a fazer ginástica em Lisboa, a Ginástica para Todos (GpT) tem esta característica, teremos apenas duas cerimónias no estádio do Restelo, e depois atividades por toda a cidade”, disse Luís Arrais, em entrevista à agência Lusa.
O presidente da FGP garante que já “há vários locais identificados para os eventos, como o Terreiro do Paço e o Parque Eduardo VII” adiantando que a Altice Arena e a FIL vão receber as noites das galas dos vários países”.
O evento, cuja organização foi atribuída a Portugal no final de maio, tem, de acordo com Luís Arrais, um orçamento “que ronda os 19 milhões de euros”, o que lhe confere o ‘estatuto’ de “desafio gigante para o desporto nacional”.
O líder da FGP, que por inerência de cargo vai liderar o comité organizador, elege como principais desafios organizativos “os transportes, a alimentação e a estadia”, lembrando que a maioria das delegações “ficam alojadas em escolas, o que distribuirá as pessoas por vários locais dentro e fora de Lisboa”.
Numa candidatura contra Berlim, que Luís Arrais descreve como “uma ‘luta’ de David contra Golias’, Lisboa venceu por 10 votos (27 contra 17), tendo contado com apoios importantes para conseguir a atribuição do evento, que terá como lema 'Connecting the World' [Ligando o mundo].
“Contamos desde o início com os apoios da Câmara Municipal de Lisboa, do Instituto Português do Desporto e Juventude e da secretaria de Estado. O nosso vídeo de candidatura incluiu uma declaração do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o que foi um belo remate”, explica.
O presidente da FGP considera que a atribuição do evento a Lisboa, que já recebeu a Gymnaestrada em 2003, premeia a “capacidade de Portugal organizar grandes eventos internacionais, o grande trabalho que ginasta, clubes e treinadores têm feito, e um grande esforço da direção da FGP”.
Luís Arrais, que em dezembro de 2020 sucedeu a João Paulo Rocha na liderança da FGP, afirma que as mais-valias da candidatura portuguesa contra a “poderosa Alemanha” foram o “trabalho antecipado, as condições únicas de Lisboa, com tudo muito perto do ‘quartel general’, que será no Parque das Nações, a simpatia portuguesa e a experiência organizativa”.
Além do retorno financeiro, o presidente da FGP destaca a “visibilidade que a Gymnaestrada vai dar à modalidade, tanto a nível nacional como a nível internacional” o que contribuirá para “melhorar ainda mais a qualidade da ginástica portuguesa”.
A Gymnaestrada, que em 2023 decorrerá em Amesterdão, é o maior evento de ginástica não competitiva do mundo, e é organizada desde 1953, de quatro em quatro anos, sob a égide da Federação Internacional de Ginástica (FIG).
Em 2003, Lisboa acolheu a 12.ª edição do evento, que decorreu em 21 locais diferentes e contou com cerca de 25.000 participantes, oriundos de 47 países, que protagonizaram cerca de 1.000 apresentações.
Fundada em 1952, e com cerca de 12.000 praticantes federados e mais de 200 clubes ativos, a FGP gere oito disciplinas diferentes, sendo quatro olímpicas: artística feminina, artística masculina, rítmica e trampolins.
As disciplinas não olímpicas são a acrobática, a aeróbica, o teamgym e Ginástica para Todos (GpT), que inclui também duas áreas, o fitness e o hip hop.
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