Os canoístas Fernando Pimenta e José Ramalho consideraram hoje que a empatia, o espírito competitivo e a força de vontade de ambos foram decisivos no título mundial na prova de K2 em maratonas, na Dinamarca.
“É preciso atitude, trabalhar, esforçarmo-nos no dia a dia, algo que ambos temos. Ele tem mais experiência neste tipo de maratonas e espírito competitivo, e isso juntou-se à minha força de vontade, de querer mais e melhor”, resumiu Fernando Pimenta, em declarações à Lusa.
Em Vejen, na Dinamarca, Pimenta sentou-se atrás de Ramalho no K2 que concluiu os 27,60 quilómetros da regata em 01:54.35,11 horas, batendo por 78 centésimos de segundo os franceses Quentin Urban e Jéremy Candy, campeões da Europa em título, segundos classificados. Os noruegueses Jon Vold e Eivind Vold terminaram na terceira posição, a 01.31 segundos da dupla portuguesa.
“Foi, sem dúvida, uma prova muito disputada, com um grande grupo nas primeiras duas voltas que eu e o José conseguimos partir, isolando-nos com os franceses, húngaros e espanhóis, medalhados nos últimos mundiais”, conta o limiano.
Apesar de não contar com muita colaboração na frente, a dupla lusa manteve-se na dianteira e, mesmo com as “cãibras nos antebraços” que afetaram Pimenta nos últimos quilómetros, os lusos mantiveram-se na cabeça da regata.
"Sabíamos que, no sprint final, seríamos os candidatos” a vencer, disse.
José Ramalho destaca a “prova muito mental, tirada a ferros”, recordando que a dupla teve “muito pouco tempo” para preparar o K2, uma vez que Pimenta fez toda a sua época a pensar nos Mundiais de regatas em linha, nos quais foi campeão no seu K1 1.000, além de bronze nos 500 metros e prata nos 5.000.
“Sentimo-nos muito bem no barco, temos confiança na tripulação, embora a falta de tempo para treinarmos juntos. Mas sabíamos que podíamos chegar às medalhas e sermos campeões do mundo. Conseguimo-lo de maneira muito eficaz, fomos muito pragmáticos na prova e conquistámos o ouro”, elogiou José Ramalho.
O canoísta admitiu que não está “nas melhores condições” nestes Mundiais, com problemas físicos que, em K1, no sábado, o impediram de ir além do quarto posto, apesar de ficar a menos de dois segundos da prata.
“Hoje, era um dia para ganhar. Falámos e tínhamos confiança que podíamos chegar à medalha, tinha de me aplicar a fundo. Desde que começaram as competições que o corpo não tem dado sinais de muita saúde, mas conseguimos a vitória, que era o mais importante. Agora, é recuperar”, desabafou.
Apesar dos seus 41 anos e dos 34 de Fernando Pimenta, Ramalho defende que o “treino e foco” ajudam ambos a manter-se na elite internacional.
“Os atletas treinam-se cada vez com mais qualidade e, se se tratarem bem, conseguem uma maior longevidade, mesmo em termos de resultados. Isso acontece connosco, pois treinámos bastante e somos focados e isso vai calejando a nossa mentalidade. Sabemos o que temos de fazer nos campeonatos da Europa e do mundo, qual a atitude necessária para vir aqui e vencer”, completou.
Em Vejen, nos Mundiais de canoagem de maratonas, Fernando Pimenta já tinha conquistado a medalha de ouro na ‘short race’, na quinta-feira, enquanto o sub-23 arrebatou a medalha de bronze na corrida de K1 para o escalão.
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