A portuguesa Filipa Martins admitiu hoje ter alcançado o “topo” com o “grande feito” no concurso completo dos Mundiais de ginástica artística, na quinta-feira, ambicionando “desfrutar” da final de paralelas assimétricas.
“Não era bem um sonho, era algo que sempre treinei para conquistar. Claro que, quando treinamos muito, queremos chegar a pontuações mais elevadas e melhores classificações, e este sétimo lugar foi o topo”, afirmou a ginasta natural do Porto, em declarações à agência Lusa.
Filipa Martins conseguiu a melhor classificação de sempre da ginástica artística lusa, ao terminar na sétima posição, e com um diploma, o concurso completo dos Mundiais, em Kitakyushu, no Japão, onde conquistou 52.199 pontos, na combinação de saltos, trave, paralelas assimétricas e solo.
“Este resultado é histórico, para mim significou muito, principalmente num ano tão preenchido, com campeonato da Europa e Jogos Olímpicos, dois meses depois, e campeonato do mundo, novamente passado dois meses. Foram períodos de preparação bastante difíceis, principalmente depois dos Jogos Olímpicos, nos quais tive o pico de forma e com pouco tempo para descansar”, referiu.
Filipa Martins tinha como melhor resultado em Mundiais o 16.º lugar (54.721) em 2014, nos campeonatos disputados na cidade chinesa de Nanning.
Já este ano, em Tóquio2020, a ginasta portuense não chegou às finais, terminando no 43.º posto, depois de ter sido 11.ª nos Europeus, disputados em Basileia, na Suíça, em abril, naquele que está a ser “o melhor ano da carreira”.
“Acho que o caminho é para a frente. Depois deste ano tão incrível. Acho que consigo dizer que, depois de uma pandemia, e aos 25 anos, estou a ter o melhor ano da carreira. Está a ser incrível, mas acho que tenho muito para dar e Paris2024 ainda está muito longe. Depois da final de amanhã [de paralelas assimétricas, no sábado], vou descansar um bocadinho, dedicar-me à faculdade e viver um dia de cada vez”, explicou.
A ginasta lusa desvalorizou o facto de ter sido a mais velha finalista na competição, realçando que há sempre algo para melhorar.
“Acho que a idade é um número. Se me sentir bem, corpo e mente. Não acho que a idade seja um posto, claro que chega a um ponto em que temos de pensar na nossa vida futura, porque não conseguimos viver da ginástica. Eu estou a estudar e, em alguma altura, vou ter de me dedicar ao trabalho para me sustentar”, salientou.
Filipa Martins pretende aproveitar a final de paralelas assimétricas, a disputar no sábado, à qual chegou após o oitavo lugar na qualificação, com 14.133 pontos, depois de ter sido 17.ª classificada no mesmo aparelho nos Jogos Olímpicos Tóquio2020.
“Na final, espero desfrutar como desfrutei na final de ‘all around’. Treinei muito para estar aqui, para chegar a esta final, que tínhamos como objetivo e sabíamos que era o mais difícil. Espero fazer o meu exercício sem falhas e, qualquer que seja o resultado, vou ficar feliz, porque já foi uma vitória chegar até aqui e conseguir este grande feito”, concluiu.
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