O canoísta português Fernando Pimenta assegurou hoje manter disponibilidade para integrar uma embarcação coletiva nos Jogos Olímpicos Paris2024, lamentando ter perdido essa oportunidade em Tóquio2020.
“Eu e o meu treinador [Hélio Lucas] sempre tivemos essa abertura para poder competir em embarcações coletivas. Foi aposta da federação o K1 e o K4. No meu caso, acho que foi uma aposta ganha, porque nas várias competições conseguimos sempre uma medalha”, afirmou Pimenta, na Web Summit, em Lisboa.
O canoísta natural de Ponte de Lima, de 32 anos, conquistou a medalha de bronze em Tóquio2020 depois de ter alcançado a prata na mesma distância em Londres 2012, juntamente com Emanuel Silva.
“Para este ciclo olímpico, ainda não me sentei com o meu treinador para definirmos a estratégia. Espero que seja definida em breve, porque acho que é uma mais-valia estar também num barco de equipa”, vincou, após ter participado numa conferência sobre a força mental e o caminho para Tóquio2020, ao lado de Patrícia Mamona.
Tal como a medalha de prata no triplo salto, Pimenta assumiu o seu inconformismo, apesar dos “quatro títulos de campeão do mundo, sete da Europa e das duas medalhas olímpicas”.
“Não fico satisfeito com o que já tenho. Se poder ganhar quatro medalhas em Jogos Olímpicos, é para isso que vou trabalhar. Tenho noção que perdi duas medalhas, em 2016 com o K1 e agora, em Tóquio, onde sinto que podia ter estado na luta por uma medalha se tivesse estado numa tripulação. Não aconteceram, tenho de estar feliz pelo percurso e continuar a lutar pelo que falta, que é uma medalha de ouro em Jogos Europeus e uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos”, explicou.
Reconhecendo que “o K1 será sempre um dos grandes objetivos”, Fernando Pimenta prometeu conferir “ambição, garra, querer e força de vontade” numa embarcação coletiva, a fim de “lutar por pódios e medalhas de ouro”, já a partir do próximo ano.
“Vai ser uma época muito exigente, mas estou preparado para abdicar do que tiver de abdicar para ser campeão do mundo em ‘casa’. Vai ser a primeira e única ocasião para ser campeão em Ponte de Lima. Oportunidades destas não se devem perder”, sublinhou Pimenta, aludindo aos Mundiais de maratona em canoagem, agendados para 26 e 27 de setembro de 2022.
Além da prova limiana, Pimenta apontou ainda como metas os lugares mais altos dos pódios dos campeonatos da Europa de velocidade, a realizar em Munique, na Alemanha, entre 18 e 21 de agosto, e dos Mundiais de velocidade, em Halifax, no Canadá, de 03 a 07 de agosto.
“Nunca acordei com a motivação de ser segundo ou terceiro. É importante ter a consciência tranquila de que demos o nosso melhor para vencer. Os únicos entraves que encontrei nos últimos Jogos Olímpicos foram os dois húngaros [Balint Kopasz e Ádám Varga], que foram mais fortes do que eu, que me impediram de vencer”, admitiu, durante a sua comunicação na cimeira tecnológica.
Também no palco, recordou o processo de preparação para Tóquio2020, com o adiamento das competições para 2021 devido à pandemia de covid-19, e a sua paternidade.
“Foi difícil ter motivação para voltar a treinar, repetir todo o processo foi muito duro, mas tive sempre o objetivo de estar na melhor forma possível. Para 2022, a minha motivação passa por ser novamente campeão do mundo, campeão da Europa e as taças do mundo e, no fim do ciclo, ser campeão olímpico. Quero superar-me todos os dias para ser um bom exemplo, para a sociedade, no desporto”, concluiu.
A Web Summit decorre entre até quinta-feira em Lisboa, em modo presencial, depois de a última edição ter sido ‘online’ e a organização espera cerca de 40 mil participantes, segundo revelou, em setembro, Paddy Cosgrave, presidente executivo da cimeira.
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