Segundo o presidente da FDIP, Pedro Farromba, o investimento global, de cerca de três milhões de euros, depende de apoios comunitários e, “a correr bem”, de acordo com a informação de que dispõe, prevê que os avisos abram no início do próximo ano, altura em que de imediato será entregue a candidatura.
O anúncio foi feito por Pedro Farromba na noite de sábado, na Gala anual da FDIP, durante a qual o dirigente, no final do terceiro mandato, fez um discurso de despedida, em que destacou que a federação passou da tutela de três para 11 modalidades de neve e de gelo e manifestou a vontade de ver nascer na Serra da Estrela “um miniresort de desportos de inverno”, incluindo a pista de gelo a funcionar desde o ano passado.
“Nós temos neste momento todas as aprovações necessárias de que precisávamos, desde a Câmara Municipal da Covilhã, ao acordo com a Movijovem para se poder prolongar o contrato de concessão da Pousada da Juventude e também das Infraestruturas de Portugal, que era o que faltava, pela ligação com a estrada ao projeto da pista de esqui sintética”, pormenorizou o dirigente. “Neste momento, da nossa parte, temos tudo pronto”, acrescentou.
A construção da pista artificial de esqui, mais vocacionada para a aprendizagem, que contempla um edifício de apoio e um tapete rolante, está orçada em cerca de 380 mil euros, embora a ampliação da Pousada da Juventude, gerida pela FDIP, onde será criado o Centro de Preparação e Recuperação de Atletas, represente um investimento global a rondar os três milhões de euros.
Para pagar a componente própria, Pedro Farromba salientou estar montada a “operação bancária necessária”, se as linhas de financiamento comunitário funcionarem de acordo com as regras do anterior quadro comunitário, e contar com verbas de federações internacionais, mas o dirigente acentuou que, sem esses apoios de coesão, não será possível concretizar a ideia.
O Centro de Preparação e Recuperação de Atletas nas Penhas da Saúde, concelho da Covilhã, terá disponível acompanhamento médico aos desportistas, um ginásio, crioterapia, fisioterapia e outras estruturas de apoio não apenas para as modalidades de neve e gelo, mas para outros atletas que hoje já procuram a Serra da Estrela e outros que possam vir a fazê-lo, explicou Pedro Farromba, no final da Gala realizada no meio da pista de gelo, no verão transformado em espaço para a realização de eventos.
Pedro Farromba adiantou ter manifestações de interesse de investidores estrangeiros para avançar com a construção, em Portugal, do primeiro pavilhão em Portugal com dimensões olímpicas para desportos de gelo, que será também um espaço multiusos para outras iniciativas.
De acordo com Pedro Farromba, a estrutura, “fundamental para o desenvolvimento das modalidades” no país e para receber eventos internacionais, ficará “na zona de Lisboa”, numa localização ainda em avaliação e a concretizar também com a parceria da FDIP e de outras federações internacionais, num investimento que não será inferior a “oito milhões de euros”.
“Estamos a fechar negociações que espero sinceramente fiquem concluídas no próximo mês”, vincou Farromba. “Precisamos definir a localização, para depois podemos fazer o projeto específico”, pormenorizou o dirigente federativo.
Pedro Farromba enfatizou também as mais de dez mil pessoas pagantes que entre dezembro e abril passaram pela Pista de Gelo das Penhas da Saúde, fora os atletas da patinagem artística, de velocidade, de hóquei no gelo e de curling. A Ice Arena, informou, reabre no final de outubro.
“Foi realmente uma aposta ganha, dinamizadora e criadora de uma forma de ver a serra e abordar as nossas modalidades”, assinalou.
De saída, até ao final do ano, do cargo que ocupou nos últimos 12 anos, Pedro Farromba destacou o crescimento a vários níveis.
“Somos hoje uma casa de muitos desportos, de muita vontade e de muito querer. Temos hoje uma federação consolidada, respeitada e que gera confiança em quer trabalhar connosco”, disse.
Apontado como o sucessor à frente da FDIP, o vice-presidente, Pedro Flávio, afirmou ser necessário garantir um projeto “consistente, de futuro”, que permita dar resposta “à responsabilidade que representa uma máquina que cresceu muito”.
“Ainda não sou candidato, mas estamos a trabalhar para criar a melhor equipa possível, para poder dar continuidade a este projeto”, revelou Pedro Flávio, em declarações à agência Lusa.
Uma possibilidade que Pedro Farromba vê com bons olhos.
“O Pedro Flávio é um apaixonado pelas modalidades, trabalha comigo há 12 anos e, se for o Pedro Flávio, de certeza que dormirei descansado”, referiu o presidente da FDIP.
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