A Federação Nacional de Squash (FNS) quer “fazer crescer a modalidade” no país após ter-lhe sido concedido pelo Governo o estatuto de utilidade pública desportiva, disse à Lusa o presidente, Luís Ferreira.
“O trabalho começa agora. (...) Agora que temos estas condições, com este reconhecimento do Estado português, é a altura de estarmos mais motivados do que nunca para fazer crescer a modalidade, que é o nosso propósito. Seja nos juniores, femininos, masculinos, veteranos. E trazer a Portugal o que outras modalidades também fazem, e muito bem”, declarou o dirigente federativo.
No final de fevereiro, a FNS viu ser-lhe reconhecida, em através de despacho da secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, a utilidade pública desportiva, o que consideraram, em comunicado, um “dia histórico para o squash nacional”.
Para o atual presidente da instituição, no segundo mandato, este é “o corolário de todo o trabalho” que começou por volta de 2014, com vista a um “grande levantamento da modalidade” e esforço de impulsionamento que levou até aos dias de hoje.
Procuraram “crescer em atletas e filiados” e realizar “provas que dignificassem e promovessem o país”, além da organização bem-sucedida de eventos europeus, também o número de clubes cresceu para as duas dezenas, com cerca de 70 espaços com ‘courts’ de squash.
“Agora, a perspetiva é que consigamos ter acesso não só a fundos públicos, que é muito importante, mas também, ao organizar de provas internacionais e outros eventos robustos, ter apoio só possível com o estatuto”, refere Luís Ferreira.
Com uma associação na Madeira e vários clubes pelo país, com cidades como Porto, Lisboa e as zonas de Aveiro e Coimbra como focos de atividade, a zona menos dada ao squash, até aqui, é o Alentejo.
Com cerca de meio milhar de filiados antes da pandemia de covid-19 suspender a atividade, que em 2020 só aconteceu num mês após a retoma, com números “bastante preocupantes”: só cerca de 200.
Em termos de praticantes, que inclui os filiados mas também praticantes de recreio, o número estará próximo “dos 3.500”, uma base que querem “fazer evoluir”, ao colocar treinadores, estimular os mais novos, formalizar clubes e filiações e continuar a evoluir as seleções.
Neste patamar, e além de um gabinete dedicado exclusivamente ao squash feminino, a seleção masculina tem estabilizado na II Divisão Europeia, que inclui 12 países, após vencer a III Divisão em 2014.
“A I Divisão tem oito. É um objetivo que temos, e podemos pensar, também, que a faixa etária da seleção ronda os 25 anos. Tem muito futuro”, avança o presidente da FNS.
Outro objetivo da FNS é “desmontar o mito” de que este “é um desporto caro”, uma vez que “custa tanto ou menos do que o padel ou o ténis”, e Luís Ferreira aproveita para o promover pelo seu lado saudável e energético: “em meia hora, consegue-se gastar até 900 calorias, não é um desporto caro e, ao experimentar, fica-se apaixonado pela modalidade”, garante.
O World Squash Day, realizado desde 2017, tem ajudado a aumentar o número de pessoas a aventurar-se neste desporto, mas há o objetivo de “conseguir entrar nas escolas” e receber um impulso do desporto escolar, além de uma outra presença nas redes sociais para “chegar a diferentes públicos”.
De resto, a FNS, com sede no Porto, foi fundada em 2000, então como Movimento Nacional de Squash, e mudou para a atual designação em 2005, sucedendo a uma Federação Portuguesa de Squash que nasceu, e se perdeu, nos anos 1980.
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