O presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP), Pedro Farromba, considera uma "legítima aspiração" ter um patinador no gelo nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022 e acredita que a modalidade tem potencial no país.
"A ambição é ter pelo menos um atleta nos próximos Jogos Olímpicos em patinagem. É um cenário realista, uma legítima aspiração", disse hoje à agência Lusa Pedro Farromba, aludindo a Diogo Marreiros, que em janeiro obteve os mínimos para estar presente na prova que lhe pode dar o apuramento.
No sábado, a patinadora portuguesa Ema Hinckley, de 19 anos, melhorou o seu próprio recorde nacional na prova de 1000 metros, numa prova realizada em Salt Lake City, Estados Unidos, onde reside e treina "num dos melhores centros de alto rendimento da patinagem de velocidade no gelo do mundo", frisa o dirigente federativo.
Para Pedro Farromba estes resultados são "um alento para uma modalidade que está a dar os primeiros passos em Portugal".
O presidente da FDIP, organização que em dezembro decidiu a alteração de estatutos, para integrar a patinagem artística e a patinagem de velocidade no gelo, informa ter até ao momento três clubes filiados e vários atletas interessados em fazerem a adaptação das rodas para o gelo.
Foi o que aconteceu com o algarvio Diogo Marreiros, vice-campeão mundial e vice-campeão europeu de patinagem de velocidade sobre rodas, que obteve os mínimos na prova em linha, de 1.500 metros, para poder estar presente na Taça do Mundo e fez a mudança para alcançar "o sonho olímpico", uma vez que a patinagem em rodas não é modalidade olímpica.
No inverno treinou na Holanda, no verão em cima de rodas, em Portugal.
A FDIP, com sede na Covilhã, tem a decorrer até dia 27, em Lagos, uma formação de patinagem de velocidade no gelo para treinadores.
"O número de pessoas presentes na formação demonstra que existe aqui um potencial muito grande. Estamos a querer formar os professores, para iniciarem a fase seguinte, que é formarem os atletas", enfatiza Pedro Farromba, em declarações à agência Lusa.
O dirigente acentua "o esforço" que a federação está a fazer "para criar condições competitivas e de treino aos seus atletas", nomeadamente o trabalho a ser desenvolvido para a criação de uma pista de gelo no país.
"Estamos a fazer o caminho, ainda com estes constrangimentos de ainda não termos uma pista de gelo em Portugal", acrescenta Pedro Farromba.
Os atletas lusos só a partir do próximo ano poderão oficialmente ter resultados internacionais, quando o processo de adesão à União Internacional de Patinagem estiver concluído.
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