O presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP), Pedro Flávio, destacou hoje a “evolução muito significativa” da prestação de José Cabeça e Filipe Cabrita no Campeonato do Mundo de esqui nórdico, em Planica, Eslovénia.
Na prova de 10 km estilo livre, José Cabeça foi 22.º classificado e melhorou 26 lugares em relação a Oberstdorf2021, enquanto Filipe Cabrita terminou no 57.º lugar e melhorou 19 posições em comparação com o último Mundial.
“Vê-se que a aposta que tem estado a ser feita, quer pelos atletas, quer pela federação, na melhoria do nível competitivo, está a acontecer. A evolução é muito significativa e isso indica que estamos no caminho certo”, disse hoje, em declarações à agência Lusa, Pedro Flávio.
José Cabeça, eborense de 26 anos, admitiu que, mais do que melhorar o seu desempenho, acredita que atingiu um nível que lhe poderia permitir ficar nos 10 primeiros e qualificar-se para os 15 km estilo livre, mas, embora tenha frisado ter dado o seu melhor, uma dor nos gémeos fê-lo ficar aquém das suas expectativas.
O alentejano, que é também triatleta, teve de fazer uma trajetória irregular na terceira descida, para evitar um atleta que caiu à sua frente, e frisou que talvez tenha sido essa manobra a contrair os músculos dos gémeos e a provocar dor nas curvas e descidas, tendo tentado compensar nas subidas.
“Se tivesse esquiado como esquiei ontem no treino, teria sido bastante melhor, mas são coisas que acontecem na prova e não podemos controlar. Claro que a melhoria foi grande, mas não ficou dentro das minhas expectativas, porque o meu objetivo era qualificar-me para a final”, enfatizou o atleta, em declarações à Lusa.
José Cabeça disse ter, no total, seis ou sete meses de neve e ter superado atletas que “esquiam desde que nasceram”, acentuando a sua “ambição e ser cada vez melhor”.
“O trabalho vai continuar a ser feito, o meu projeto é não apenas para os próximos Jogos Olímpicos, mas também para 2030. Quero melhorar cada vez mais, tornar-me mais competitivo, até ser um dos melhores esquiadores”, reforçou o atleta de Évora, a treinar na Noruega.
O presidente da FDIP, Pedro Flávio, referiu que, com 26 anos, José Cabeça está numa idade “com muito para evoluir” e destacou ser um atleta “muito competitivo”, de quem espera feitos relevantes no futuro.
Numa pista húmida, lenta e dura, com muitas subidas acentuadas, Filipe Cabrita, 43 anos, oftalmologista de profissão, a exercer em Faro, manifestou-se satisfeito com a prova e com o seu desempenho.
“Estou satisfeito por ter ficado à frente de atletas que costumam ter resultados melhores do que eu. Consegui ultrapassar esses atletas e estou contente. A pista tinha muitas subidas difíceis e superei as minhas expectativas. Foi a pista mais difícil desde que comecei a competir no esqui de fundo”, vincou Filipe Cabrita.
Os dois portugueses voltam a competir quinta-feira, no sprint clássico, e ambos pretendem melhorar na Eslovénia a classificação de há dois anos, na Alemanha, embora a grande aposta fosse no esqui de fundo.
“No sprint, eles não têm os mesmos objetivos, porque são mais focados nas distâncias, mas vamos ver”, comentou o presidente da federação.
José Cabeça considerou a qualificação, ficar nos 30 primeiros, tendo em conta as suas características, “quase impossível”, mas quer “melhorar muito o resultado de há dois anos no sprint”.
Filipe Cabrita foi o melhor português no sprint clássico em Oberstdorf2021 e pretende fazer “um bom resultado”.
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