O presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP), Pedro Farromba, mostra-se apreensivo com o sucessivo cancelamento de provas internacionais, o que pode condicionar o apuramento de atletas para Pequim2022.

Pedro Farromba afirma não conseguir prever a próxima época desportiva, devido à incerteza provocada pela pandemia de covid-19, que tem levado ao anulamento de várias competições em que os atletas portugueses iam tentar obter a qualificação para os próximos Jogos Olímpicos de Inverno.

"Temos um problema difícil de ultrapassar, nós e os outros países, porque este é o último inverno que antecede os Jogos Olímpicos de Pequim", salienta o responsável federativo, em declarações à agência Lusa.

Pedro Farromba espera que com a vacinação, e a proteção dos mais vulneráveis, as competições normalizem, informa já ter exposto o problema às federações internacionais e sublinha que a FDIP está na expectativa para saber o que pode fazer, em função do que for permitido.

"É muito difícil prever o que quer que seja, porque as regras anulam-se, mudam as regras a meio e vai ser um ano muito difícil. Nós temos a expectativa de qualificar um conjunto largo de atletas, à nossa escala, para os Jogos Olímpicos de inverno e estamo-nos a ver com imensas dificuldades, porque eles não conseguem participar nas provas. Não conseguem competir e, não competindo, não conseguem fazer os resultados necessários para as qualificações", acentua Pedro Farromba.

Segundo o presidente da FDIP, as possibilidades de qualificação diminuem, porque se encurta o período para conseguir o apuramento, e acredita que os prazos vão provavelmente ser revistos.

"Nos últimos Jogos Olímpicos tivemos atletas com possibilidade de se qualificarem até 15 dias antes. Muito provavelmente, isto vai ser tudo empurrado até muito em cima dos jogos", antecipa Pedro Farromba, à Lusa.

O campeonato do mundo de snowboard, no qual Christian Oliveira estaria presente, foi cancelado, informa o Chefe de Missão a Sochi2014 e PeyongChang2018, tal como a prova na Holanda, onde Diogo Marreiros iria tentar o apuramento na patinagem em velocidade. O mesmo aconteceu com uma corrida de esqui de fundo na Suécia, já com dois atletas lusos no país.

Quanto às provas internas, o calendário está definido, embora sem certezas de que seja exequível.

"Temos tudo agendado, a começar em meados de janeiro, mas depende de tudo. Depende da neve e da possibilidade de utilização da estância, se houver alguns condicionalismos. Neste momento não se perspetivam, mas em outros países há estâncias encerradas a estrangeiros até 15 de janeiro, até aí limita a capacidade de treino que se possa ter", lamenta Pedro Farromba.

O presidente da federação anseia pelo normal regresso da competição não apenas a este nível, como à formação e ao desporto em geral, "sob pena de estarmos a entregar as crianças a uma vida em frente aos computadores e a desinteressá-los da vida desportiva".