Os irmãos Afonso e Dinis Costa prometem não só manter o remo português no programa dos Jogos Olímpicos, como ‘ameaçam’ chegar a Paris2024 como candidatos a surpreender as nações eternas favoritas no double-scull peso ligeiro.

O quarto lugar na final de seis dos Europeus de Munique, a 38 centésimos de segundo do bronze, é um pronuncio de vitalidade desta dupla unida não só no sangue, mas também na “mentalidade vencedora” e na “determinação de superar” os seus próprios limites.

Para Tóquio2020, as sete vagas do double-scull peso ligeiro atribuídas nos Mundiais do ano anterior foram por inteiro para embarcações europeias, pelo que ter disputado a final de domingo é, só por si, um forte sinal de esperança na qualificação já em 2023.

A ser atingida essa meta, permitirá aos portugueses o foco único nos Jogos Olímpicos, evitando todos os incómodos de precisarem de dois picos de forma nesse ano, caso tenham de ir ao último evento de repescagem, um par de meses antes.

“Não quero ir marcar presença aos Jogos Olímpicos. Isso já tenho. Quero mais. E isso é atingir as medalhas. Estamos com mentalidade vencedora, incutida pelo novo treinador, John West. Sabemos que para alcançar uma medalha temos de fazer ‘isto’. Se não trabalharmos para ganhar, mais vale fazermos outra coisa”, resumiu Afonso, à Lusa, durante a preparação, em abril.

Afonso evoluiu muito no ciclo olímpico transato, ao nível da experiência, rigor e capacidade de sacrifício quando fez equipa com Pedro Fraga, lenda viva da modalidade em Portugal, com três participações olímpicas, a última das quais em Tóquio2020 - foi oitavo em Pequim2008 e quinto em Londres2012, na altura ao lado de Nuno Mendes.

O 13.º posto em Tóquio da dupla Fraga/Costa não traduziu o valor dos atletas – falharam a possibilidade de discutir um diploma (até ao oitavo lugar) por oito centésimos de segundo, para o Uruguai, que terminaria em sexto -, mas teve o condão de reforçar o apetite olímpico de quem se estreou nestas andanças aos 25 anos.

“Estes Jogos deixaram-me ainda com mais ‘fome’ de Paris2024, onde quero ter ainda melhor resultado para mim e para Portugal. É viciante. Tudo vale a pena para estar aqui”, garantiu o remador, saído do barco após ganhar a final C.

Com 38 anos, Pedro Fraga decidiu não continuar a sua saga olímpica e Afonso voltou, assim, a juntar-se ao irmão Dinis, mais jovem – 26 e 24 anos, respetivamente – num novo ciclo sob a orientação técnica do britânico John West, que já tinha trabalhado com a poderosa seleção do seu país, provavelmente a melhor escola do mundo.

“Trabalhamos para sermos os melhores. O plano está feito para ganhar uma medalha, a de ouro. Temos de seguir o guião... Se o fizermos, estamos convictos de que apuramos já para o ano”, assumiram os irmãos, que diariamente trabalham com o técnico nacional José Velhinho.

O desempenho nos Europeus de Munique revela que o projeto está a ser cumprido e que este teste foi superado com distinção, esperando-se a reconfirmação nos Mundiais de Racice, República Checa, entre 18 e 25 de setembro.

O futuro do remo faz-se ainda com o “potencial” das equipas de sub-23 e sub-19, em masculinos e femininos, que, segundo José Velhinho, “têm condições” para garantir a desejada continuidade, embora tal só deva acontecer para Los Angelse2028.

A segunda edição dos campeonatos Europeus multidesportos está a decorrer em Munique até 21 de agosto e reúne nove modalidades, estando Portugal representado em sete, nomeadamente atletismo, canoagem, ciclismo, ginástica artística, remo, ténis de mesa e triatlo.

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