A atiradora ucraniana Olga Kharlan venceu hoje a russa Anna Smirnova na prova de sabre dos Mundiais de esgrima, no primeiro confronto entre atletas dos países em qualquer modalidade desde a invasão da Ucrânia, à exceção do ténis.
O decreto do Ministério do Desporto que proibia a participação de atletas de delegações oficiais ucranianas em competições que envolvessem russos e bielorrussos foi alterado na quarta-feira e passou a abranger apenas “atletas que representem” aqueles dois países.
Como Smirnova compete na qualidade de “atleta individual neutra” nos Mundiais de esgrima, que decorrem na cidade italiana de Milão, a alteração permitiu o combate com Kharlan, tetracampeã do mundo de sabre, que venceu com relativa facilidade, por 15-7.
Este foi o primeiro confronto entre atletas da Ucrânia e da Rússia em todas as modalidades, excetuando o ténis, uma vez que os tenistas ucranianos não integram nenhuma delegação oficial e, por isso, não estavam abrangidos pelo alcance do decreto, mesmo com a redação anterior.
O combate decorreu sob forte incentivo dos membros da delegação ucraniana e gritos de “Slava Ukraini” [Glória à Ucrânia] e, no fim, Kharlan recusou cumprimentar Smirnova, que se manteve vários minutos na pista, como forma de protesto pela conduta da adversária.
A invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro de 2022 – justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia, para segurança da Rússia –, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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