Um total de 350 cavaleiros de 30 países participam no “Vilamoura Champions Tour”, evento hípico que a organização estima num retorno de 20 milhões de euros para o Algarve em tempo de pandemia da covid-19.

“Estimamos que a permanência de cerca de 1.500 pessoas durante as seis semanas do evento, represente um retorno muito próximo dos 20 milhões de euros para a economia da região. Falamos de pessoas de estrato social elevado, instaladas nos melhores hotéis de Vilamoura”, disse à agência Lusa António Moura, diretor do Centro Equestre de Vilamoura, no distrito de Faro.

A oitava edição do “Vilamoura Champions Tour” iniciou-se em 07 de outubro e termina a 19 de novembro, com a realização de provas qualificativas semanais, onde cavaleiros e cavalos tentam obter os mínimos de qualificação para os Jogos Olímpicos Tóquio2021.

Segundo António Moura, além da permanência nas unidades hoteleiras, na considerada época intermédia do turismo, as pessoas que integram as comitivas dos vários países “são clientes habituais da restauração e comércio” na região algarvia.

“Daí a nossa estimativa do impacto económico que este evento de cariz mundial tem na economia e no combate à sazonalidade, não só em Vilamoura, como em toda a região do Algarve, a par de outros eventos desportivos”, apontou o diretor do Centro Equestre de Vilamoura.

Na opinião de António Moura, o "Vilamoura Champions Tour" é o evento "de maior prestígio no hipismo, à semelhança da Fórmula 1 no automobilismo, o MotoGP de motociclismo e o Master de Golf".

Por seu turno, o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, disse à Lusa que os hoteleiros “reconhecem a importância de todos os eventos desta natureza, dado o impacto que tem nos hotéis, comércio e restauração, em especial fora da designada época alta do turismo”.

“Gostaria muito que o evento se afirmasse e passasse a integrar os calendários europeus e mundiais das grandes realizações hípicas, porque os grandes eventos são sempre importantes para combater a sazonalidade turística”, sublinhou.

Elidérico Viegas indicou desconhecer o verdadeiro impacto que o evento hípico tem para a região, e defende “a realização de uma análise de estudo sobre o seu verdadeiro impacto económico, por parte de uma entidade independente e credenciada, nomeadamente a Universidade do Algarve”.

Devido às restrições impostas pela pandemia da covid-19, as provas hípicas são realizadas sem a presença de público, e em conformidade com as medidas de segurança estabelecidas pela Direção Geral da Saúde, e apenas transmitidas através das redes sociais do Centro Equestre de Vilamoura.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 45,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Portugal contabiliza pelo menos 2.468 mortos associados à covid-19 em 137.272 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.