A edição de 2021 do Madeira Island Ultra Trail (MIUT) foi adiada devido à "evolução da pandemia" de covid-19, revelou, na segunda-feira, o diretor da prova, Sidónio Freitas, que já havia cancelado o evento em 2020.
Sidónio Freitas lembrou que a maioria dos atletas são de fora da Madeira, o que iria tornar a realização do MIUT em abril num risco, levando à mudança de data para 20 de novembro.
"O adiamento vem em seguimento da evolução da pandemia. 75%, ou seja, mais de dois mil participantes inscritos são oriundos de fora da ilha e seria muito difícil chegarem em segurança", começou por explicar à agência Lusa um dos fundadores da prova, criada em 2008 e que integra o circuito mundial do ‘trail run’.
A 12.ª edição da prova estava inicialmente marcada para 17 de abril, após ter sido cancelada em 2020, devido à proibição da realização de eventos desportivos estipulada pelo Governo Regional madeirense como medida de contenção do vírus covid-19.
Sidónio Freitas revelou que, em 2020, avisaram os participantes "um mês e meio antes" do cancelamento do evento, situação que não queria repetir, daí a decisão de adiar com "dois meses e meio de antecipação", já que, no início de 2021, a “esperança” de realizar a prova em abril "já era pouca".
A existência de uma vacina foi a razão pela qual a organização do MIUT decidiu adiar para 20 de novembro em vez de cancelar a prova, salientando que "as condições serão avaliadas até setembro".
Apenas os participantes que se inscreveram para a edição de 2020 do MIUT poderão participar na prova de 2021 e, como tal, não foram abertas novas vagas.
De acordo com Sidónio Freitas, "92% já diferiu a inscrição", o que contabiliza cerca de 2.800 participantes, mas o diretor da prova tem "noção de que os números serão bem inferiores em novembro" e que será dada a oportunidade de alterar a inscrição para 2022 ou 2023.
Os prejuízos causados pelo cancelamento do MIUT 2020 foram "avultados", após "grande parte do investimento já ter sido feito" em material, equipamentos e prendas de participação, com Sidónio Freitas a sublinhar que "muita coisa já não pode ser utilizada".
"Na organização do MIUT, há pessoas a trabalhar a tempo inteiro, o que origina custos fixos e todos os meses sai dinheiro. Temos as coisas ainda controladas e chegamos ao próximo evento com algum dinheiro, a receita das inscrições de 2020, mas que será bem menos do aquilo que gostaríamos para organizar um evento com a estrutura dos últimos anos", frisou.
O diretor da prova madeirense garante que a organização está "a procurar novos apoios", mas, em "último caso", não coloca de parte o cenário de ‘layoff’ como solução para minimizar os custos até novembro.
Apesar do cancelamento em 2020 e do adiamento da 12.ª edição do MIUT, em 2021, Sidónio Freitas continua "otimista" que o evento se irá realizar em 20 de novembro, mas salienta que "ainda não há garantias".
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