O português Bernardo Atilano é o primeiro cabeça de série dos Internacionais de Portugal, a decorrer nas Caldas da Rainha, e, a viver um momento de forma “muito bom”, assume a vontade de “dar uma alegria” aos adeptos nacionais.
“[Ser o primeiro pré-designado] dá-me uma responsabilidade acrescida, porque quero fazer o meu melhor, ainda mais do que costumo e tento fazer. Em Portugal, é sempre um prazer acrescido. Tenho noção de que o nível deste ano, nas vésperas da qualificação olímpica, é muitíssimo elevado. Mesmo sendo número um, tenho um calendário muito complicado. Vou tentar jogo a jogo dar o melhor e, se possível, trazer uma alegria para os portugueses”, diz o número um nacional, em entrevista à Lusa.
A liderar a comitiva portuguesa em prova, com 12 convocados pela seleção e outros inscritos em nome individual, está o campeão nacional e número um português, em 89.º da hierarquia mundial, entrando em prova na sexta-feira em singulares masculinos, ante o francês Enogat Roy (139.º).
Atilano chega à prova “tranquilo” e a sentir-se “muito bem”, num momento em que tem subido no ranking mundial, entrando no ‘top 100’ e firmemente na luta por um lugar nos Jogos Olímpicos Paris2024, cujo processo de qualificação está quase a abrir.
“Vim agora de competir, em Itália, pelo meu clube, o Piume d’Argento, em que ganhei a um ‘top 70’ do mundo, um bom indicador. [...] Gosto sempre de jogar em casa, porque é uma oportunidade de família e amigos virem ver-me jogar, mas também para mostrar a minha evolução e o meu nível”, conta.
Outro fator determinante para o mais internacional dos portugueses no circuito de badminton é “ter alguém atrás do ‘court’” em que joga, a apoiá-lo e dar-lhe indicações, uma vez que passa “tanto tempo sozinho lá fora”, em torneios em todo o mundo e sem qualquer acompanhamento.
Atilano admite que se sente “curado a 100% da lesão no tornozelo sofrida no final de 2022” e também “recuperado mentalmente”, jogando num pavilhão em que soma já muitos bons resultados e poderá ter também “companheiros na bancada”.
Inscrito em alguns torneios Super 300, dos principais escalões mundiais, em Espanha e Suíça, aguarda o ‘salto’ para o quadro, estando como reserva. Seguir-se-ão, depois, competições em abril, entre o campeonato italiano e o México, ao que tudo indica, como primeiro Internacional já em período de qualificação olímpica.
Outro fator que tem contribuído para o momento de forma é a presença na Liga italiana, em que defronta atletas “de topo mundial”, jogos em que consegue rendimento “muito proveitoso”, num campeonato em que há “muito dinheiro entre as equipas” e estrangeiros de grande nível.
Atilano deixa ainda uma comparação entre esta Liga e a portuguesa, recentemente lançada pela federação, da qual o país poderá “tirar frutos disso em quatro ou cinco anos”.
A 58.ª edição dos Internacionais de Portugal, o mais relevante torneio de badminton que se realiza no país, decorre até domingo no Centro de Alto Rendimento das Caldas da Rainha, distrito de Leiria.
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