Este artigo tem mais de 11 anos
Na competição participam 16 seleções distribuídas por quatro grupos.
Maria da Luz tem 44 anos e é um dos 174 voluntários que está a ajudar na organização do Mundial de hóquei em patins, que hoje começa em Luanda, sonhando com um triunfo da equipa da casa.
«Se Deus quiser... e com sorte, Angola ganha Mundial», afirma, convicta, no intervalo de colocar em cada uma das 12.720 cadeiras do novo Pavilhão Multiúsos de Luanda uma camisola de promoção da prova, com a mascote, batizada Kaissarinha, impressa.
Maria da Luz trocou neste período de duração da prova o desemprego pelo trabalho voluntário, no apoio à organização da prova, que as autoridades angolanas desejam seja um marco de sucesso, quanto mais não seja porque é a primeira vez que se disputa no continente africano.
Parte da prova disputa-se no também recentemente inaugurado pavilhão do Namibe, batizado com o nome Welwitchia Mirabilis, nome de uma planta que sobrevive no deserto do Namibe, e onde vão trabalhar 63 voluntários.
A poucas horas do início da cerimónia de abertura, que se sabe apenas ir ter 600 pessoas envolvidas, a azáfama começou cedo junto ao pavilhão, inaugurado na passada terça-feira pelo presidente angolano José Eduardo dos Santos.
Os primeiros a chegar foram os polícias, bombeiros, voluntários e os funcionários dos vários espaços de restauração existentes.
Carlos Sambu, de 22 anos, é natural de Cabinda, mas veio para Luanda à procura de «uma vida melhor».
«Infelizmente não há muito trabalho, mas consegui ser aceite como voluntário», diz feliz, por poder ganhar alguns dinheiro e ver, nos intervalos do trabalho, alguns jogos.
Para já vai naturalmente apoiar Angola, mas se a sua seleção for entretanto eliminada, Portugal é a única alternativa e acrescenta que há muitos que pensam como ele.
«Tenho a certeza que Portugal será campeão», frisou.
Erguido na zona da Camama, cerca de 40 quilómetros a sul da capital, o Pavilhão Multiúsos de Luanda, situa-se na via rápida, entre o também recente Estádio 11 de Novembro, construído especialmente para a Taça das Nações Africanas de futebol, de 2010, e a nova cidade de Kilamba, orgulho da nova Angola, que saiu em 2002 de uma guerra civil.
O novo espaço, construído por uma empresa de direito angolano, a Omatapalo, resultou de um projeto de arquitetura português, assinado por Miguel Berger.
O maior desafio, reconheceu, foram os nove meses e meio para passar à prática o projeto, numa empreitada que custou cerca de 90 milhões de dólares.
Com uma lotação de 12.720 espetadores, na configuração de hóquei em patins, a área de 1.630 metros quadrados pode ser maximizada, perdendo 2.838 lugares, mas passando a ter uma área total de 3.490 metros quadrados.
Para a cobertura deste Mundial foram acreditados 40 jornalistas estrangeiros e 800 angolanos.
O primeiro jogo do torneio é o Angola - África do Sul, a contar para o Grupo C, em que se incluem Portugal e Chile, que jogam domingo.
Na competição participam 16 seleções distribuídas por quatro grupos.
No grupo A encontram-se as seleções de Áustria, Espanha, Brasil e Suíça, no B estão Argentina, Uruguai, Alemanha e França, o C é composto por Angola, África do Sul, Chile e Portugal e o D por Colômbia, Estados Unidos, Itália e Moçambique.
Comentários