Jejum quebrado! O ano de 2023 foi o ano em que, mais de três décadas volvidas, o FC Porto voltou a vencer a principal competição continental de clubes de hóquei em patins, depois das conquistas de 1986 e 1990, igualando Sporting e Voltregà com três troféus. Bem longe, contudo, segue o Barcelona, recordista, que já ergueu o troféu por 22 vezes.
A conquista da Liga dos Campeões de hóquei em patins deu-se em maio, numa final 100 por cento portuguesa, em Viana do Castelo, frente a um surpreendente Valongo, que contudo se mostrou impotente para evitar uma derrota por claros 5-1 frente aos dragões, naquela que foi a quinta final da história disputada entre clubes lusos, depois dos embates Benfica-FC Porto (2012/13), Benfica-Oliveirense (2015/16) e Sporting-FC Porto (2018/19 e 2020/21).
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Uma 'final eight' com cores muito portuguesas
Portugal participou com seis equipas na estreia do formato de ‘final a 8’ da Liga dos Campeões de hóquei em patins, na 57.ª edição da prova, que decorreu então em Viana do Castelo entre 4 e 7 de maio.Ao lado de Sporting, FC Porto, Benfica, Oliveirense, Óquei de Barcelos e Valongo estiveram ainda Barcelona e Trissino, campeão em título.
Finalista vencido na temporada anterior (em que os principais colossos da modalidade não participaram, alegando desacordo com o formato da prova), o Valongo protagonizou desde logo a primeira grande surpresa da 'final a 8', ao derrotar o Sporting nos quartos de final por 3-2. Pelos quartos de final ficou também pelo caminho o Óquei de Barcelos, batido pelo Barça.
Nos outros dois embates, a Oliveirense conseguiu derrubar, no desempate por penáltis, o Trissino, enquanto no jogo grande da ronda o FC Porto deu o primeiro passo rumo ao título ao derrubar o Benfica, vencendo as águias por 4-2.
Seguiram-se as meias-finais, com o Valongo a levar a melhor no duelo lusitano com a Oliveirense (6-4 após prolongamento) e o FC Porto a ultrapassar novo teste de fogo rumo ao título: vitória por 4-3 sobre o Barcelona.
Dragão demasiado forte na final
Os azuis e brancos, campeões nacionais e mundiais em título à entrada para o encontro, frente a um Valongo que procurava o segundo troféu internacional da sua história, começaram por ganhar vantagem aos oito minutos, com Carlo di Benedetto a assistir Rafa, que ‘picou’ o esférico sobre o guarda-redes contrário para fazer o 1-0.
Ainda assim, viram o adversário chegar ao empate, por Miguel Moura, mas recolocaram-se na frente com um golo de Di Benedetto, aos 18 minutos, e foram para o intervalo a vencer por 3-1, graças a um livre direto de Gonçalo Alves, resultado que se verificava ao intervalo.
O Valongo não mais conseguiu reagir e novo golo do FC Porto surgiu aos 30 minutos, uma vez mais assinado por Carlo di Benedetto.
O conjunto de Ricardo Ares soube capitalizar a sua experiência para gerir as incidências com o avanço do cronómetro e retirar espaço de manobra a um adversário recheado de juventude, que desaproveitaria um penálti polémico de Facundo Bridge, aos 43 minutos.
A bola até chegou a transpor a linha de golo, mas a dupla de arbitragem mandou jogar e frustrou qualquer réstia de esperança da equipa orientada por Edo Bosch, antigo guarda-redes do FC Porto, que nunca conquistou este troféu nas 18 épocas de ligação ao clube. Xavi Barroso fechou, já perto do fim, a contagem em 5-1 final, abrindo caminho a enormes festejos em tons ‘azuis e brancos’, sob o olhar do presidente portista, Jorge Nuno Pinto da Costa.
Na sua 15.ª presença em finais, o FC Porto quebrava assim uma ‘malapata’ de 10 derrotas consecutivas no jogo decisivo, reeditando os êxitos logrados em 1985/86 e 1989/90. Um feito histórico que nem o facto de os dragões se terem, depois, ficado pelas meias-finais do Campeonato Nacional, vencido pelo Benfica, manchou.
"O FC Porto perseguia há muitos anos [este título], mas digo sempre que o passado não nos serve para encarar o futuro e esta época tivemos a demonstração disso. A questão passava por trabalhar o momento da melhor forma possível e estamos muito felizes. Pela sua direção e por toda a gente que tem estado envolvida, o FC Porto merece o ‘caneco’", frisou o treinador dos dragões, Ricardo Aires.
"No início [da carreira], o meu sonho era ser campeão europeu como jogador, mas não o consegui, porque não tinha qualidade. Cumpri-lo como treinador é inacreditável. Quando estava na Catalunha, a coisa que me fez deixar tudo e vir para Portugal era ganhar uma ‘Champions’. Ainda estou um bocado afetado, mas cumpri um sonho com muitos anos", acrescentou.
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