Portugal estreou-se com uma goleada imaculada diante da Holanda por 5-0 no Europeu de futsal 2014. A vitória foi abrilhantada pelas assistências de Ricardinho, e pelos dois golos de um jogador que esta época está a dar nas vistas: Bruno Coelho.
Se no Europeu da Croácia (2012), assistiu a todos os jogos da bancada. Dois anos volvidos, está mais maduro, e passou a ser uma opção válida para o selecionador Jorge Braz. O SAPO Desporto entrevistou o jogador do Benfica de 26 anos.
SAPO Desporto (SD): Se há quatro, cinco anos lhe dissessem que ia estar num Europeu de futsal a representar Portugal e que iria marcar golos numa fase final, acreditaria?
SD: Há dois anos estava presente no Europeu da Croácia, mas não somou qualquer minuto. De que modo é que essa experiência acabou por ser importante para si?
BD: Fez-me amadurecer mais um pouco porque percebi que só o facto de estar presente, estar entre os 14 eleitos, já era um motivo enorme de felicidade. Eu estava entre os 14 melhores jogadores portugueses da modalidade, então, isso, por si só, era fantástico.
SD: Mas acabou por viver esse Europeu a partir da bancada. Marcava presença, mas do lado de fora. Entendia bem essa situação?
BD: Até certo ponto sim. O treinador faz as suas opções para o melhor da equipa. Qualquer jogador que fica de fora, não fica propriamente contente, é normal. Mas compreendia, porque eram as escolhas certas para a equipa.
SD: Em dois anos sofreu uma grande evolução. Joga muito mais minutos no Benfica e, consequentemente, mais minutos na seleção. A que é que fica a dever-se esse salto?
BD: Há vários nuances, vários pontos que podemos referir. Mas em primeiro o trabalho, porque sem trabalho não vamos a lado nenhum. Eu acreditei sempre naquilo que estava a fazer, e consegui chegar onde estou hoje. Consigo ter mais minutos no Benfica, consigo ter minutos na seleção e fazer golos. Isso é muito importante para mim.
SD: Por norma, valoriza-se o coletivo em detrimento do individual, mas é incontornável falar de um jogador que marque dois golos na estreia numa fase final. O que é que sentiu quando a bola entrou?
BD: Foi um momento único. Senti uma felicidade enorme. É difícil de explicar porque só sentindo, só estando naquela posição é que se consegue explicar bem o que se passa ali dentro. Ainda por cima com um pavilhão cheio de portugueses. Nunca esperei ver metade do pavilhão cheio de portugueses. Foi uma sensação fantástica festejar com os nosso adeptos.
SD: Segue-se agora o jogo com a Rússia, um jogo com outro nível de dificuldade. Como é que vão encará-lo?
BD: Queremos ganhar todos jogos, não vamos aqui fugir a ninguém. Já ganhamos o primeiro e se queremos sair vencedores do grupo temos de repetir a dose frente à Rússia. Vamos trabalhar para conseguir essa vitória que vai ser muito importante a nível moral.
SD: Contrariamente a outras modalidades, convivem com a seleção adversária no mesmo hotel. Como é que se lida com essa situação?
BD: É uma situação normal. Às vezes encontramo-nos no corredor, alguns até falam a mesma língua. Cumprimentamo-nos, mas não há grandes confianças entre todos.
SD: Em anteriores fases finais, Portugal apontava um objetivo muito claro: olhava para o título. Nota-se que este grupo fala mais de “passo a passo”, sem querer dar um maior do que a perna. A que é que isso se fica a dever?
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