O capitão da seleção portuguesa de futebol de praia, Majder, revelou hoje, após a goleada 8-3 sobre a Espanha na final dos II Jogos Europeus, que nunca lhe passou pela cabeça sair de Minsk com a medalha de prata.
“Em Baku2015 fomos bronze. Publicamente, dissemos que queríamos fazer melhor e a verdade é que nunca nos passou pela cabeça ser prata”, disse, no fim do encontro que deu a Portugal a terceira medalha de ouro na Bielorrússia.
A Espanha foi mais consistente no primeiro período que acabou a vencer por 2-0, contudo a reviravolta épica nada tem de diferente por ser frente ao rival ibério.
“Este ouro sabe da mesma forma do que se fosse contra outra seleção, é ouro”, vincou, elogiando a “grande seleção” adversária.
Madjer diz que hoje nada pararia os lusos: “A Espanha tem uma grande seleção, e parabéns pelo trabalho que tem vindo a realizar, mas nós vínhamos mentalizados para levar o ouro. E ficou provado que, quando nós jogamos unidos, dificilmente nos ganham”.
O experiente futebolista marcou, em pontapé de saída, o 5-2 que “travou a reação que poderia ter acontecido”, enaltecendo a “excelente resposta” da equipa nos segundo e terceiro períodos.
“O segredo está na união, na entreajuda, no espírito de sacrifício que temos e só assim conseguimos conquistar títulos”, concluiu.
O selecionador português, Márcio Narciso, desvalorizou a recuperação de Portugal de 0-2 para 8-3, classificando-a como “normal no futebol de praia”, e diz que este ouro “representa muito” para os seus pupilos.
“Esta medalha de ouro representa muito para nós, para qualquer atleta. Vir a uma competição destas e ganhar o ouro é quase ouro sobre azul… aqui é ouro sobre verde e encarnado”, congratulou-se.
Mesmo afónico, o técnico agradeceu o “sacrifício e disponibilidade” dos seus atletas que jogaram praticamente o jogo todo - Bé Martins, Leo Martins, Rui Coimbra e Jordan, além do guarda-redes Elinton – e a “paciência” dos que ficaram mais tempo no banco.
Confidenciou ainda o desabafo do seu homólogo espanhol, Joaquin Alson, no final do jogo: “Nós, hoje, não tínhamos hipótese nenhuma contra vocês”.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, foi um espetador próximo e interventivo da bancada, vibrando com cada golo da reviravolta lusa.
“Muitas vezes, uma equipa acaba por sofrer dois ou três golos, abre muito mais e isso implica que sofram mais golos e muitas vezes o resultado não traduz o fosso real entre as duas equipas”, comentou.
Em jeito de conclusão, resumiu: “Claramente, Portugal jogou muito melhor, está de parabéns, são superatletas que marcam claramente estes Jogos Europeus, mostrando o que muitos dos nossos atletas fizeram”.
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