Apenas “alguma condição climática" adversa pode mudar a classificação geral da Volta ao Alentejo em bicicleta, defendeu hoje Mauricio Moreira, após uma quarta etapa em que Orluis Aular cumpriu o objetivo de vestir a amarela.
O uruguaio da Glassdrive-Q8-Anicolor tentou hoje, com um ataque a mais de 60 quilómetros da meta, chegar à liderança da prova que ganhou em 2021, mas acabou ‘derrotado’ pelo campeão em título, sendo apenas quarto da geral, a 22 segundos do ciclista da Caja Rural.
“Como sempre, como a cada dia nesta equipa, saímos com a ideia de vencer. Hoje, não foi exceção. Saímos com essa ideia. Foi um dia muito duro, os adversários estão muito fortes”, reconheceu o vencedor da Volta a Portugal, após ter concluído os 148,2 quilómetros entre o Crato e Castelo de Vide na quinta posição, a dois segundos do vencedor, o colombiano Adrián Bustamante (Kelly-Simoldes-UDO).
Num “percurso um bocado diferente daquilo que foi nos últimos anos”, nomeadamente devido à ausência de um contrarrelógio, Moreira e a sua equipa deram “tudo”. “Temos de estar contentes. Parabéns aos vencedores, que foram mais fortes”, afirmou, em declarações à agência Lusa.
O discurso de Moreira parece ser o de alguém que já concedeu a derrota, algo que o próprio corrobora.
“É difícil. Só alguma condição climática [adversa] pode mudar a classificação, porque sabemos que o terreno não o vai fazer. Para já, vamos descansar e logo pensamos em amanhã [domingo]”, concluiu.
Embora alerte que a 40.ª Volta ao Alentejo só estará concluída no domingo, quando completar os 154,9 quilómetros entre Monforte e a Praça do Giraldo, em Évora, Orluis Aular era hoje um homem satisfeito.
“Era uma etapa muito complicada, mas confiava na equipa. Fizeram um grande trabalho durante toda a etapa. O que eu queria era conseguir a liderança, mas também a vitória na etapa, mas não pôde ser. Escapou-me das mãos nos últimos metros, mas estou contente por colocar-me de líder na etapa de hoje”, resumiu, à Lusa.
O venezuelano da Caja Rural reconheceu que a quinta e última etapa “é menos complicada” do que a jornada de hoje, mas notou que, ao ser um dos ciclistas que responderam ao ataque de Moreira e se distanciaram definitivamente do pelotão, se desgastou “muito”.
“Dei tudo por essa camisola amarela. Conseguimo-la, felizmente”, disparou o campeão em título, que no domingo pode ser o primeiro ciclista a vencer duas edições consecutivas da ‘Alentejana’, que conta apenas com um vencedor ‘repetente’ na sua história, o espanhol Carlos Barbero (2014 e 2017).
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