Frederico Figueiredo deu na segunda-feira a cara pelo fracasso da Glassdrive-Q8-Anicolor, assumindo que falhou o plano da equipa, mas também as suas pernas, mas notando que ainda há muita Volta a Portugal em bicicleta pela frente.
“Eu tentei muitas vezes. Agora, depois também não tenho culpa que não tenha dado, nem que não tenha funcionado. Estive muitas vezes na frente da corrida e nenhuma delas deu. Aquela [iniciativa em] que não estive presente, acabou por dar. Mas faz-me lembrar um pouco o ano em que o [Alejandro] Marque ganhou aqui na serra. A vitória foi galega e foi muito parecida”, recordou, referindo-se ao triunfo do seu grande amigo no alto da Torre, em 2021.
Após ser nono na etapa, a 01.11 minutos do vencedor Delio Fernández (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense), ‘Fred’ estava visivelmente desiludido, mas tentou desvalorizar o dia menos bom, que o deixou também na nona posição da geral, a 01.22 do galego, que subiu à liderança da prova.
“É ciclismo. Não há que encarar isso de forma negativa. São dias que correm menos bem, mas agora é olhar para a frente. Terça-feira é outro dia e a chegada à Guarda e a etapa da Guarda também é muito dura. Por isso, agora vamos trabalhar para perseguir o objetivo”, prometeu.
O vice-campeão da Volta2022 foi o único dos elementos da Glassdrive-Q8-Anicolor a ‘enfrentar’ as perguntas dos jornalistas, com o diretor desportivo, Rúben Pereira, a não aparecer na zona mista e o campeão em título, o uruguaio Mauricio Moreira, a ‘falhar’ também a presença, depois de ter sido assistido pela equipa médica no final da etapa que o deixou definitivamente fora da luta pela geral.
“Falhou o plano e falhou as pernas. Se não estivemos na frente da corrida é porque falharam as duas”, assumiu o trepador de 32 anos.
Uma tática desastrosa da Glassdrive-Q8-Anicolor deixou ‘Fred’ sozinho a responder aos ataques, com o também terceiro classificado da edição de 2020 a acabar por quebrar na parte final da subida à Torre, após James Whelan e Artem Nych parecerem também mais interessados em defender a sua própria classificação na geral.
Ainda assim, Figueiredo evitou responder quando a pergunta foi ‘a equipa também falhou?’. “Não quero dizer isso. Se calhar, também tive muita marcação por parte dos adversários e acabou por sair um grupo que ninguém ligou. Parecia o único que estava interessado em seguir na frente da corrida”, elaborou.
“Mas, pronto, já é normal, porque a nossa equipa é muito marcada. Nós também temos muita responsabilidade durante a corrida. Já o sabíamos antes da Volta a Portugal começar que iríamos ser muito marcados. Mas agora é a equipa do Tavira líder. E, agora, há que olhar para os adversários também com outros olhos. Não é só olhar para a Glassdrive”, defendeu.
Sobre o seu atraso para o líder da geral, o ciclista da Glassdrive-Q8-Anicolor lembrou que “há muitas etapas ainda pela frente”.
“Há muitos dias duros. [Terça-feira], é um dia duríssimo, por exemplo. E dias maus podem acontecer também aos adversários. Agora estamos atrás, vamos perseguir”, concluiu.
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