O selecionador português de ciclismo de pista, Gabriel Mendes, considerou hoje que Portugal fez “um excelente campeonato do mundo” em Saint-Quentin-en-Yvelines, com dois bronzes, de Maria Martins no omnium e Ivo Oliveira na perseguição individual.
“No global, fizemos um excelente campeonato do mundo, estão todos de parabéns. Estou orgulhoso de todos, e do ‘staff’, que nem sempre é falado, e controla muitas variáveis, desde a mecânica, nutrição, a recuperação dos atletas. Toda a equipa esteve extremamente bem e temos de continuar a trabalhar”, explicou o técnico, após o último dia de competição no Velódromo Nacional de França.
Nas disciplinas olímpicas, o omnium e o madison, os resultados permitem “levar pontos para o ‘ranking’” que permitem encarar o início da qualificação para Paris2024, no próximo ano, com outro conforto, depois do bronze de ‘Tata’ Martins.
João Matias foi 16.º no mesmo concurso, “no limite” mínimo da soma de pontos relevantes, e no madison, o sexto lugar hoje conseguido por Ivo Oliveira e o irmão gémeo, Rui Oliveira, acontece numa “das mais intensas e espetaculares corridas dos últimos anos”, pelo que “estão de parabéns”.
Fora do programa de Jogos Olímpicos, uma “corrida espetacular” de Ivo Oliveira valeu o bronze na perseguição individual, com o selecionador a destacar também a prova “muito bem conseguida” por João Matias na eliminação, a fechar o campeonato com um sexto lugar.
A prova contou com uma “excelente resposta” de Martins às adversidades, chegando ao pódio após cair na eliminação, a terceira de quatro corridas do concurso do omnium, e Daniela Campos, de 20 anos, estreou-se em campeonatos do mundo de elite em novo passo do seu “processo de desenvolvimento”.
A jovem foi 19.ª nos pontos e 22.ª na eliminação, nuns Mundiais que contaram ainda com o 12.º lugar de Maria Martins no scratch, em que Rui Oliveira foi nono, o 15.º de Matias nos pontos.
Determinante no próximo ano será o Mundial, marcado para a Escócia, e Portugal jogará aí “uma qualificação fundamental”, pelo que o ano de trabalho começa logo em fevereiro, entre Taças das Nações e outras provas, a caminho desse evento.
“Os resultados são bons e reforçam a confiança dos atletas, são gratificantes, mas isto é uma etapa intermédia de um processo. Para nós, é bem claro que o desafio a curto prazo são os Jogos Olímpicos. Atingir resultados, duas medalhas, deve ser motivo de orgulho para todos nós, mas não para pensar que não é preciso fazer mais nada. Pura mentira. Temos muito trabalho pela frente”, avisou Gabriel Mendes.
Daqui para a frente, alertou, “o grau de dificuldade vai ser superior”, as corridas vão ser “mais exigentes”, e, portanto, “’staff e atletas’ têm de ter exigência”, mas também “responsabilidade, trabalho, sacrifício, empenho e resiliência”.
De Saint-Quentin-en-Yvelines, que será a casa da pista em Paris2024, fica o cumprimento dos objetivos a que a seleção se tinha proposto, com a sensação de que poderia ter sido logrado “um bocadinho mais” no omnium masculino.
De resto, lembrou, estes campeonatos contam com “atletas bastante fortes”, ainda noutro nível, o que exige, reiterou, mais trabalho dentro das possibilidades.
“Todos têm ambição de ir às medalhas, vestir a camisola de campeão do mundo. São ambições que têm de ser sustentadas com competência e trabalho. O que prometemos é trabalhar a cada dia para sermos cada vez mais competentes”, acrescentou.
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