O ciclista português Ruben Guerreiro (Movistar) mostrou-se hoje contente com o segundo lugar na segunda etapa do Gran Camiño, depois de ser batido por um Jonas Vingegaard “muito forte” rumo ao alto do Monte Trega.
“Depois do Saudi Tour, não me encontrei bem na Europa, com o tempo, com o clima. Na Andaluzia, não tinha boas sensações. Consegui recuperar bem. Graças à minha equipa hoje, levaram-me [bem colocado]... mas o Jonas estava muito, muito forte. Eu só tinha essa última mudança de ritmo, e o [António] Pedrero fez um trabalho espetacular. No fim, consegui ter energia para os últimos 500 metros, para encurtar tempo”, resumiu, em declarações à agência Lusa.
Assumidamente “contente por este segundo lugar”, o recente vencedor da Volta à Arábia Saudita explicou o desenrolar da subida ao Monte Trega, ponto final da segunda etapa, revelando “que só tinha uma ‘mudança’ para tentar a sua sorte, uma vez que “vinha a 70%”.
“Tinha de esperar por esse troço de empedrado. Finalmente, o Jonas esteve muito forte, por isso estou contente por estar em segundo”, reforçou.
O corredor de Pegões Velhos, de 28 anos, foi segundo na etapa, a 21 segundos de Vingegaard, e está a 28 segundos do ciclista da Jumbo-Visma na geral, depois de uma ligação que definiu como “muito bonita”.
“Está aqui também o meu irmão [Francisco Guerreiro], que é muito jovem e tem um futuro muito bonito. [Estamos] tão perto de Portugal... não pude estar no Algarve, mas estou aqui a dar emoção”, brincou.
Igualmente “satisfeito” estava Joaquim Silva (Efapel), que foi 12.º na tirada, a 39 segundos de Vingegaard, e é o melhor representante das equipas portuguesas na geral, na qual ocupa a mesma posição, a 52 segundos do camisola amarela.
“Ufff... Foi muito duro. Estas duas últimas montanhas, [o pelotão] andou mesmo muito, muito. Nesta aqui [Monte Trega], entrámos a sprintar. Tive que regular ali um pouco e, depois, fiz o meu contrarrelógio por aí acima. Ali, penso que a pedra [do ‘viacrucis’] prejudicou-me um pouco, fiquei ali um bocado ao salto, mas pronto, faz parte, a pedra era para toda a gente”, analisou, em declarações à Lusa.
Os dois portugueses foram ‘figurantes’ no ‘show’ de Vingegaard, que, após subir ao pódio para receber a sua camisola amarela, confessou ter ficado surpreso por ninguém ter respondido ao seu ataque.
“A minha forma está super boa. Já o sabia, mas queria tentar hoje. A equipa fez um excelente trabalho hoje. Estou super orgulhoso. Foi um dia super bom, e estou feliz por ter podido retribuir”, admitiu o dinamarquês de 26 anos.
O ciclista da Jumbo-Visma preferiu não revelar se no sábado, na terceira etapa, uma ligação de 163 quilómetros entre Esgos e Rubiá, onde está instalada uma contagem de montanha de primeira categoria, vai voltar a atacar.
“Primeiro, temos de pensar em manter a camisola amarela e amanhã [sábado] logo vejo se tento”, respondeu.
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