O diretor desportivo da Katusha, José Azevedo, salientou hoje que a seleção portuguesa não se resume ao campeão do Mundo Rui Costa, considerando que há outros ciclistas que podem lutar pela vitória em Ponferrada2014.
“O importante é que os ciclistas portugueses estejam bem e, com todo o respeito, Portugal não se resume apenas ao Rui Costa. Há outros corredores com valor e que já o demonstraram e que também poderão ter a sua oportunidade. E, quem sabe, não se poderá jogar a corrida com eles”, considerou José Azevedo em declarações à agência Lusa.
Questionado sobre se o percurso da prova de fundo dos Mundiais de ciclismo, que se disputa no próximo domingo, favorecia o ainda campeão do Mundo, o diretor desportivo da Katusha assumiu que “depende”.
“Se vier um grupo de 40, 50 corredores, nesse grupo, teoricamente, estará o Degenkolb, estará o Simon Gerrans que são ciclistas mais rápidos. Se vier um grupo de 10, 15 corredores, já é diferente a corrida e o Rui ainda agora no Canadá fez segundo. Até poderá chegar um grupo mais reduzido. Há seleções que vão tentar trazer a corrida controlada para o ‘sprint’ e outras a que isso não interessa e vão tentar atacar nas duas ou três últimas voltas”, explicou.
Para aquele que ainda é o ciclista português de maior sucesso nas grandes Voltas das últimas duas décadas, quando uma seleção tem nas suas fileiras o atual campeão do Mundo “logicamente” as expetativas serão “sempre elevadas”.
“Vimos com uma seleção bastante forte, com corredores com experiência no pelotão internacional, corredores que, nas últimas provas, têm demonstrado estar num bom momento. Agora, é uma prova de um dia, o percurso não é tão exigente como no ano passado… depende também como a corrida se desenrolar, porque quem faz as corridas duras são os ciclistas. É logico que o percurso é importante. Há duas subidas que poderão tornar o percurso mais seletivo. Acho que nós como seleção temos um grupo bastante forte”, defendeu à Lusa.
Aproveitando a presença na primeira jornada dos Mundiais de Ponferrada (Espanha) para acompanhar os seus ciclistas no contrarrelógio por equipas, José Azevedo fez um balanço da sua primeira época como responsável da formação russa.
“É positivo. Ganhámos várias provas, muitas delas que são corridas importantes no calendário mundial. Ganhámos a Milão-San Remo, Hamburgo, etapas na Volta a França. Na Volta a Espanha, estivemos a disputar até ao final, ganhámos por equipas. O único momento do ano que podemos dizer que não foi tao positivo foi nas Ardenas e no Giro, mas foram infortúnios que nos aconteceram e que afastaram o nosso líder, o Joaquim”, enumerou.
Por isso, o poveiro não se arrependeu de ter trocado a sua equipa de toda a vida (pelo menos, no pelotão internacional) pela Katusha.
“Estou satisfeito. Foram muitos anos que passei na RadioShack, anos em que trabalhei com aquelas pessoas, já desde o meu tempo de ciclista. Houve esta oportunidade de vir para a Katusha, conhecia o manager, que é o [Viatcheslav] Ekimov, com quem corri e formei equipa como diretor. Não considero um risco quando nós sabemos quem é o manager da equipa”, reconheceu.
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