Marcel Kittel (Quick Step-Floors) já é, embora em ex-aequo, o mais vitorioso dos ciclistas alemães nas 104 edições da Volta a França, depois de hoje ter ‘sprintado’ para o ‘tri’, na sétima etapa, num triunfo decidido pelo ‘photo finish’.
A ilusão ótica atribuiu a vitória ao norueguês Edvald Boasson Hagen (Dimension Data), mas o soberano ‘photo finish’ determinou que a etapa pertencia, pela terceira vez nesta edição e por apenas seis milímetros, a Kittel, que assim somou o 12.º triunfo no Tour e igualou o recorde absoluto de Erik Zabel, o homem que subiu, durante seis anos consecutivos, ao pódio dos Campos Elísios como vencedor da classificação da regularidade (1996-2001).
“É um feito incrível. Estou verdadeiramente orgulhoso”, reconheceu o bom gigante, referindo-se à marca que poderá superar ainda na 104.ª edição, antes de prosseguir com rasgados elogios à sua equipa: “Estou numa forma estupenda e estou super feliz com o trabalho da equipa. Penso que fizemos um bom lançamento, acreditámos nesta vitória”.
Kittel tem sido mesmo o garante de animação destas longas tiradas. Para celebrar a estreia das transmissões integrais de todas e cada uma das 21 jornadas do Tour, a organização resolveu presentear os espetadores, e também os ciclistas, com cinco etapas com mais de 200 quilómetros nos sete primeiros dias. Resultado? Horas e horas de apatia, coloridas apenas por fugas formadas assim que a partida é dada.
Hoje, o filme da sétima etapa, uma ligação de 213,5 quilómetros entre Troyes e Nuits-Saint-Georges, não foi diferente das anteriores: Maxime Bouet (Fortuneo-Oscaro) atacou, Manuele Mori (UAE Team Emirates), Yohann Gène (Direct Energie) e Dylan van Baarle (Cannondale-Drapac) responderam, e os quatros andaram na frente por mais de duas dezenas de quilómetros, com uma vantagem máxima de quatro minutos.
Com as equipas dos ‘sprinters’ a calcularem milimetricamente todos os ‘timings’ da jornada, inclusive o momento oportuno de absorção dos fugitivos, a aproximação à meta foi feita em filas paralelas, que iam assinalando, de mão no ar, as perigosas divisórias nos últimos quatro quilómetros.
Os encostos entre os homens velozes sucederam-se – o campeão francês Arnaud Démare (FDJ) deu um chega para lá no seu arquirrival Nacer Bouhanni (Cofidis) -, sempre em busca da melhor colocação, que Kittel, uma vez mais, falhou
Completamente fechado, o alemão descobriu um buraco na imensa rede de ‘sprinters’ e negou a vitória certa a Boasson Hagen. Embora, num primeiro momento, as câmaras televisivas denunciassem um triunfo do norueguês, a realização do Tour mostrou-se convicta de que era outro o vencedor, não largando o portento da Quick Step-Floors até este ver confirmado o seu ‘tri’.
“É de loucos. Regressar ao Tour, depois de 2013 e 2014 [ganhou quatro etapas em ambas as edições], estar a festejar o terceiro sucesso é incrível. Estou tão feliz”, confessou o alemão, que cumpriu a tirada em 05:03.18 horas, à frente de Boasson Hagen e do australiano Michael Matthews (Sunweb).
Se Kittel é, incontestavelmente, o melhor dos ‘sprints’, Chris Froome (Sky) continua a ser o melhor da geral: o britânico vai encarar, de amarelo, a importante jornada de sábado, uma ligação de 187,5 quilómetros entre Dôle e Les Rousses, que inclui uma contagem de primeira categoria a dez quilómetros de meta.
O britânico tem 12 segundos de vantagem sobre o companheiro Geraint Thomas e 14 sobre o italiano Fabio Aru (Astana), numa geral em que Tiago Machado (Katusha Alpecin) é 53.º, a 07.56 minutos.
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