A Movistar e Andrey Amador 'afundaram-se' este sábado nos Dolomitas, com o ciclista holandês Steven Kruijswijk (Lotto NL-Jumbo) a beneficiar do colapso do camisola rosa para subir ao primeiro lugar na geral da Volta a Itália.
A etapa 'rainha' prometia muito, com os seus 210 quilómetros entre Alpago e Corvara, no coração dos Dolomitas, e as suas seis contagens de montanha (Pordoi, Sella, Gardena, Campolongo, Giau, Valparola) e não defraudou: um ataque de Vincenzo Nibali 'estilhaçou' o grupo de favoritos, condenando os líderes da Movistar, Alejandro Valverde e, sobretudo, Amador, e lançou Estevan Chaves (Orica-GreenEdge) para o triunfo na 14.ª tirada e Kruijswijk para a liderança na geral.
A história da etapa conta-se em três momentos, sendo o primeiro da responsabilidade da Astana, que assumiu o comando no Passo Giau, a penúltima das contagens do dia, para anular definitivamente uma fuga de 37 corredores, e reduziu ao mínimo o grupo de favoritos, no qual já não estava o costa-riquenho da Movistar, que ficou cortado a 43 quilómetros da meta.
No entanto, o camisola rosa ainda conseguiu recolar, antes de ser condenado por um ataque de classe de Vincenzo Nibali, a 27 quilómetros da meta, na ascensão da Valparola. O italiano, vencedor do Giro2013, 'dinamitou' o entendimento entre os candidatos, saltou no encalço dos ‘sobreviventes’ da fuga da jornada e levou na roda apenas Kruijswijk e Chaves.
Sem pernas para responder ao esticão do ‘Tubarão do Estreito’, Valverde e Amador cederam de imediato, com o colombiano Rigoberto Urán (Cannondale), o polaco Rafal Majka (Tinkoff) e o russo Ilnur Zakarin (Katusha) a seguirem ao seu ritmo para se juntarem ao trio pouco depois.
Feita a junção dos seis nomes grandes do pelotão, Kruijswijk acelerou e só Chaves o acompanhou na perseguição a Darwin Atapuma (BMC), que seguia isolado na frente e só foi alcançado a 1.800 metros da meta.
Na luta pela etapa, levou a melhor o colombiano da Orica-GreenEdge, primeiro a cortar a meta com o tempo de 6:06.16 horas, seguindo-se-lhe o holandês da Lotto NL-Jumbo e o austríaco Georg Preidler (Giant-Alpecin), que engatou no duo vindo da fuga, com o colombiano da BMC a ser quarto, a seis segundos.
“Ganhar a etapa 'rainha' do Giro é verdadeiramente especial. Isto não é só para mim, é para toda a equipa”, disse o ciclista, que, aos 26 anos, confirma o potencial do vencedor da Volta a França do Futuro em 2011.
Depois de passar quatro dias em coma, no início da época de 2013, na sequência de uma queda grave numa prova em Itália, Chaves, que ainda hoje não consegue levantar totalmente o braço, viveu na etapa 'rainha' do Giro um dos momentos mais bonitos da sua carreira (os outros serão as duas etapas conquistadas na Vuelta2015 e o quinto lugar na geral), tal como Kruijswijk.
“Vim para esta prova com grandes ambições na classificação geral, mas vestir a camisola rosa é algo extra. Não consigo acreditar, mas estou muito feliz”, assumiu.
O holandês de 28 anos vestiu-se de rosa, tendo a 41 segundos o líder italiano da Astana, que acabou por ser apenas quinto na meta, a 37 segundos do vencedor. Chaves é terceiro, a 01.32 minutos, com Valverde a ocupar a quarta posição, a 03.06. Amador desceu a quinto, estando a 03.15 minutos do novo líder, tendo Majka, Zakarin e Urán imediatamente atrás de si.
Já André Cardoso (Cannondale) chegou àquele que é o seu lugar habitual na geral das grandes Voltas, o 20.º, estando a 23.44 minutos de Kruijswijk, depois de ser 22.º na etapa, a 06.21 do trio da frente.
No domingo, os 167 resistentes vão enfrentar uma crono-escalada de 10,8 quilómetros entre Castelrotto e Alpe di Siusi.
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