A ciclista portuguesa Maria Martins foi hoje sexta classificada na corrida de eliminação nos Mundiais de ciclismo de pista em Ballerup, Dinamarca, em que se impôs a neozelandesa Ally Wollaston.
Wollaston, que tinha sido bronze na quarta-feira no scratch, impôs-se ao sprint à belga Lotte Kopecky, campeã desta corrida em 2022 e 2023, desta feita segunda. A norte-americana Jennifer Valente ficou com o bronze, no 19.º pódio da carreira em Mundiais de pista.
Maria Martins, que foi bronze nos Europeus de 2020 na eliminação, fez uma grande corrida, que nota esta como uma das suas forças enquanto ‘pistard’, e escapou várias vezes à possibilidade de saída, sobretudo numa eliminação que recaiu sobre a espanhola Eva Yaguez.
Na véspera do concurso olímpico do omnium, a lusa voltou a mostrar-se a bom nível, após abrir os campeonatos do mundo com um 16.º lugar no scratch.
“Uma corrida de eliminação é muito caótica a este nível. Obviamente, estou satisfeita, mas quando ficámos tão próximas, ambicionamos sempre as medalhas, que significam muito”, descreveu a ciclista de 25 anos, em declarações aos jornalistas em Ballerup.
Sendo esta “uma corrida muito técnica”, considera-a “o ponto forte na modalidade”, e mesmo não se sentindo no pico de forma, conseguiu bater-se com “algumas das melhores”. “Não posso ficar desapontada com o resultado que faço”, acrescentou.
No sábado, correrá o concurso olímpico do omnium, em que foi bronze nos Mundiais de 2022 e em que representou Portugal em Tóquio2020 e Paris2024, procurando ultrapassar o ‘amargo’ 14.º lugar nestes últimos Jogos.
“Visto que não consegui o diploma em Paris2024, gostava de lutar pelos oito primeiros. É possível, mas difícil. É para as dificuldades que temos de lutar, porque se fosse fácil era para qualquer pessoa. Vou levá-lo corrida a corrida, mas também tentar desfrutar um bocado do que mais gosto de fazer”, atirou.
Já Ally Wollaston estava “sem palavras” para o que hoje conseguiu, já que aos 23 anos somou o primeiro título mundial, depois de duas medalhas nos Jogos Olímpicos Paris2024 e outras tantas em Mundiais, mas nunca o ouro.
“Tive uma pausa grande desde a última prova de pista. Temos sempre fome de mais, e depois do bronze de ontem [quarta-feira], percebi a forma em que estava e usei essa fome”, disse.
A neozelandesa explicou, depois, que no sprint com Kopecky preferiu “partir de trás” e antecipar a “muita força” da belga, seis vezes campeã do mundo na pista, acabando por superá-la.
“Não tenho tido muito foco na pista, com um calendário preenchido na estrada depois dos Jogos Olímpicos, mas sinto-me muito forte”, adiantou a jovem, que correrá também o omnium na sexta-feira.
Ainda hoje, Diogo Narciso representa Portugal na corrida de scratch masculino.
Os Mundiais de ciclismo de pista decorrem em Ballerup, na Dinamarca, até domingo, com uma seleção portuguesa encabeçada pelo campeão olímpico do madison Rui Oliveira, incluindo ainda Ivo Oliveira, Diogo Narciso, Maria Martins e Daniela Campos.
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