O ciclista italiano Damiano Caruso (Bahrain Victorious), o surpreendente segundo classificado da Volta a Itália, admitiu hoje sentir-se “um pouco cansado”, mas assumiu a candidatura a um lugar no pódio final.

Aos 33 anos, Caruso está finalmente a lutar pelo pódio de uma grande Volta, surgindo como um ‘intruso’ entre os principais candidatos, algo que o próprio garante não ser “uma completa surpresa”.

“Não sei se os meus adversários estão impressionados. Demonstrei que posso correr pela classificação geral”, defendeu o italiano, que beneficiou do azar do seu líder - e um dos grandes candidatos ao triunfo neste Giro -, o espanhol Mikel Landa, que abandonou a prova na quinta etapa devido a uma queda.

Apesar de reconhecer que tudo seria diferente se Landa tivesse continuado na Volta a Itália, o segundo classificado da geral, a 2.24 minutos do líder, o colombiano Egan Bernal (INEOS), mostrou-se satisfeito por estar a lutar pelo Giro.

“Quero subir ao pódio. Estou um pouco cansado, mas é normal”, concluiu o italiano, que tem como melhor classificação na ‘corsa rosa’ o oitavo lugar alcançado em 2015, que é também o seu melhor resultado em grandes Voltas (foi 10.º no Tour do ano passado e nono na Vuelta2014).

Com cinco etapas para percorrer, Bernal parece inalcançável no primeiro lugar, embora hoje o colombiano tenha confessado ainda sentir dores nas costas, “mais até no meio das etapas do que no final.

“Preocupa-me, porque podem afetar a parte inferior das costas e toda a área circundante. Mas estamos a fazer fisioterapia todos os dias e penso que posso aguentar até ao final da corrida, que a dor não irá disparar abruptamente. Estou confiante que estarei bem até ao final”, disse o vencedor do Tour2019, cujo estado de forma antes da 104.ª edição do Giro era uma incógnita, precisamente devido aos problemas de costas que o afetaram nos últimos meses e o levaram mesmo a abdicar de defender o triunfo na Volta a França.

O líder da INEOS ressalvou, contudo, que quando vai ao limite, sente mais dores nas pernas do que nas costas, “o que é positivo”.

“O plano nesta terceira semana será ser um pouco conservador. Mas adoro atacar, adoro mexer na corrida quando as pernas estão boas, por isso vou ver se há oportunidades para aumentar ainda mais as diferenças”, resumiu, na habitual conferência de imprensa do ‘maglia rosa’ no dia de descanso.

Na quarta-feira, Bernal vai partir para a 17.ª etapa, uma ligação de 193 quilómetros entre Canazei e Sega di Ala (uma contagem de primeira categoria a coincidir com a meta), com uma vantagem confortável para todos os rivais, com o terceiro classificado, o britânico Hugh Carty (Education First-Nippo), já a 3.40 minutos.