Chris Froome (Sky), vencedor da Volta a França, e o colombiano Nairo Quintana (Movistar) e espanhol Alberto Contador (Tinkoff), incapazes de impedir o êxito do britânico, voltam a desafiar-se na Volta a Espanha, a partir de sábado.
O trio de favoritos do Tour encabeça o cartaz da 71.ª edição da Vuelta, que parte do Balneário de Laias, na província galega de Ourense, bem perto da fronteira com Portugal, para terminar a 11 de setembro, em Madrid, após 3.315,4 quilómetros, repartidos por 21 etapas.
Com a 'Grande Boucle' nas pernas, e ainda a presença nos Jogos Olímpicos Rio2016 no caso do britânico, Froome e Quintana talvez não cheguem a Espanha no ‘pico’, enquanto Contador aponta novamente as baterias para a Vuelta, depois de uma queda o ter forçado a abandonar a última Volta a França na nona etapa.
O líder da Sky é, por outro lado, o menos pressionado, uma vez que engrandeceu o currículo com a sua terceira vitória no Tour - principal objetivo da temporada - enquanto Quintana, terceiro em França, e Contador são quem tem mais a ganhar na luta pela camisola vermelha.
Para o britânico, nascido no Quénia há 31 anos, a 'dobradinha' Tour-Vuelta seria a ‘chave de ouro’ para fechar a temporada, enquanto Quintana, de 26, vencedor da Volta a Itália em 2014, tem aqui uma oportunidade de salvar a época e dissipar algumas dúvidas, depois de não ter mostrado argumentos em França, tanto no aspeto físico como na gestão dos momentos.
No caso de Contador, o mais veterano do trio, é sobretudo uma questão de prestígio. O madrileno, de 33 anos, tem pouco a provar - já venceu as 'três grandes', está a caminhar para o final de carreira e procura aqui uma quarta vitória, que o colocaria ao nível do recordista, Roberto Heras.
Num elenco que terá cinco corredores portugueses - Tiago Machado (Katusha), José Mendes (Bora-Argonb 18), Sérgio Paulinho (Tinkoff), José Gonçalves (Caja Rural) e Mário Costa (Lampre-Merida) - não faltarão outras grandes figuras do pelotão, nomeadamente o espanhol Alejandro Valverde, que foi terceiro em Itália e, aos 36 anos, fará Giro, Tour e Vuelta.
O colombiano Esteban Chaves (Orica-BikeExchange) e o holandês Steven Kruikswijk (Lotto-Jumbo), que 'cheiraram' a vitória no Giro até ao último momento, o bloco da BMC, com o norte-americano Tejay Van Garderen, o colombiano Darwin Atapuma, o espanhol Samuel Sánchez e o belga Philippe Gilbert, bem como o polaco Michal Kwiatkowski (Sky) ajudam a formar um pelotão de grande nível.
Num percurso maioritariamente desenhado nas regiões do norte de Espanha - entre a Galiza e os Pirenéus - haverá 10 chegadas em alto, num total de 12 etapas de média e alta montanha, que serão compensadas com com quase 65 quilómetros de contrarrelógios - 27,8 no 'crono' por equipas que abre a corrida e 37 no exercício individual na antepenúltima etapa.
Depois de uma primeira semana pela Galiza, a primeira metade da corrida fecha por estradas de León, Astúrias e Cantábria, com quatro finais em alto - La Camperona (8.ª), Naranco (9.ª), Lagos de Covadonga (10.ª) e Peña Cabarga (11.ª) - onde os favoritos terão de confirmar as aspirações.
No cenário das decisões estarão também os Pirenéus, com uma 'etapa Tour' desenhada no lado francês a terminar no Col d'Aubisque (14.ª), contagem de montanha de categoria especial (16 km a 7%) antecedida de três de primeira, e no dia seguinte a chegada ao Formigal.
Na última semana, com todo o desgaste acumulado, o pelotão visita a Comunidade Valenciana para enfrentar um final inédito em Mas de la Costa (4 km com rampas de 23%), o contrarrelógio e a chegada ao alto de Aitana, subida de categoria especial onde serão ajustadas as contas, no penúltimo dia, antes da consagração em Madrid.
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